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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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Luizão revela expulsão proposital em final do Brasileirão de 1999

Foto: (Foto: Paula Alvim / TV Globo)

Luizão:

Luizão: "A gente não pode mentir, já passou mesmo."

Luiz Carlos Bombonato Goulart, ou simplesmente Luizão. O ex-atacante revela que a expulsão no segundo jogo da decisão do Campeonato Brasileiro de 1999, entre Corinthians e Atlético-MG, jogada em três partidas, aconteceu por ordens do técnico Osvaldo de Oliveira. Emoções que ficaram guardadas na mente dos torcedores e também na memória dos que protagonizaram aqueles momentos, são relembradas no palco do título do corintiano daquele ano: o estádio do Morumbi.


- A gente não pode mentir, já passou mesmo. Tinha acontecido em 1997 com o Edmundo no Vasco. A ordem veio em cima da hora. Foi conversado no intervalo: “faltando cinco minutos você vai ser expulso”. Quando eu estava beirando a linha do meio do campo, no cantinho, veio a ordem: “tem que ser agora” – descreveu o ex-jogador.

Após receber o cartão amarelo naquela segunda partida da final, o atacante do Corinthians receberia suspensão automática, sem chance de efeito suspensivo. Só lhe restariam duas alternativas: não jogar o último jogo da decisão ou ser expulso para tentar forçar presença no terceiro jogo, a exemplo do que acontecera com Edmundo na final do Brasileirão de 1997. A segunda opção foi a escolhida. Mancini, do Atlético-MG, foi a “cobaia”.

– Eu tinha que fazer aquilo, né? Foi até meio pesada a agressão, mas eu tinha que fazer, não tinha outra opção. Tinha que jogar, queria jogar o último jogo. Joguei o campeonato todo e tinha essa brecha. Se fosse jogador do Atlético-MG, também ia tentar. Eu e o Mancini fomos para o antidoping juntos. Eu pedi desculpas e ele me desculpou, disse que me entendia – revelou.

O primeiro jogo

O primeiro embate daquela eletrizante final de 270 minutos aconteceu no Mineirão. E, de cara, o Atlético-MG apresentou um cartão de visita nada agradável ao Corinthians. Mal havia começado o jogo, sem sequer a equipe paulista tocar na bola, o Galo abriu o placar no primeiro ataque.

- Foi uma desatenção da minha zaga, coisa que a nossa equipe nunca tinha. A zaga, se eu não me engano, estava mudada na época. Tinha jogadores machucados. E tomamos um gol, acho que foi um dos gols mais rápidos de finais. O Guilherme (autor do gol) estava em uma grande fase – falou Luizão.

O placar dos primeiros 90 minutos daquela série decisiva foi de 3 a 2 para o time mineiro. Resultado que não foi ruim nem para o Atlético-MG, que abriu 2 a 0 e conseguiu segurar o ímpeto adversário saindo de campo com a vitória, e nem para o Corinthians, que tinha a vantagem do empate na soma dos resultados, pois era dono da melhor campanha.

– A gente tinha consciência que o nosso time era melhor. A gente fez o campeonato melhor que todos. Então, a gente saiu muito fortalecido e sabíamos que, no Morumbi, com a nossa torcida maravilhosa, conseguiríamos a vitória. Tínhamos certeza – disse.

A segunda partidaComo o Corinthians havia terminado a primeira fase na liderança, tinha a vantagem de fazer o jogo seguinte (ou os jogos seguintes, se necessário) em casa, com o mando de campo. E foi o que aconteceu. O Timão precisava vencer para forçar a realização de mais um jogo. Para o Galo, bastava o empate após a vitória no Mineirão.

- Eu me lembro muito bem de tudo. Chegando aqui (no Morumbi), aquela loucura. A torcida do Corinthians ali fora empurrando o ônibus, balançando para a gente chegar aqui e conquistar a vitória. Foi emocionante mesmo – relatou.

O placar daquela segunda partida acabou 2 a 0 para o Corinthians. Luizão marcou o segundo gol após bela jogada do lateral-esquerdo Kleber.

– O Kleber vai para o fundo e eu venho para trás. O Gilmar Fubá puxa a marcação e eu fico sozinho. No que ele puxou, a bola veio na minha cabeça e eu nem saí do chão. Eu faço um movimento e cabeceio para baixo e faço o gol – contou.

O terceiro jogo

O resultado deu a vantagem para o Corinthians jogar por um empate na partida que decidiria os rumos daquele Brasileirão de 1999. O jogo derradeiro foi disputado com lances duros de parte a parte. Marcelinho, pelo Timão, e Gallo, pelo Atlético-MG, chegaram a protagonizar uma discussão após uma cotovelada do Pé de Anjo.

- Eu não vi maldade do Marcelo naquele lance, apesar de ele não ser flor que se cheirasse na época. Mas não vejo um lance com maldade. O Gallo era bem maior e o Marcelo, pequeno. Daí começou a confusão, mas apaziguou logo e fomos para o jogo - disse.

O Corinthians se sagrou bicampeão brasileiro com o 0 a 0 daquele último encontro entre as equipes, já que havia conquistado o título também em 1998. Suspenso, Luizão assistiu a tudo da arquibancada, no meio do 'bando de loucos'.

– O duro foi quando foi campeão mesmo, aí não tinha como eu pular para cá (dentro do campo). Eu saí do estádio, saí correndo na rua. Entrei pelo portão principal. Não queriam deixar eu entrar. Eu falei: “Mas eu sou campeão, fiz os gols do título, me deixem entrar”. Tanto que na comemoração eu nem estou com a camisa do Corinthians – finalizou.

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