“O que a Dilma [Rousseff] fez foi atender ao segmento dos produtores e passar mel na boca dos ambientalistas”, acusa Abel Nascimento, professor universitário, mestre em geografia e presidente do Instituto Natureza. De acordo com ele, os vetos da Presidência da República foram pensados politicamente e não visando a preservação do meio ambiente.

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“A presidente usou de jogo de cintura”, afirma Nascimento, “ela fez vetos que já eram pontos levantados pelo Senado, não foram medidas tomadas por ela”, completa. O ponto mais crítico do Código Florestal sancionado e publicado do Diário Oficial da União hoje, segundo Nascimento, é o que trata das Áreas de Preservação Permanente (APP).

“Esse ponto ficou dúbio”, reclama. “Não tem como dimensionar”.

“A comunidade científica ajudou o Congresso Nacional neste ponto, mas foi ignorada ao extremo. Houve um retrocesso”, reclama. “Uma nascente de rio, por exemplo, não pode ser limitada apenas onde brota a água, mas em toda a área de entorno”, argumenta.

O ponto positivo, avalia Nascimento, foi a presidente ter vetado a anistia aos desmatadores. Apesar disso, na opinião do presidente do Instituto Natureza, o resultado do Código Florestal é negativo e está longe do ideal.

Famato não se posiciona

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) irá analisar cada ponto do Código Florestal antes de se pronunciar oficialmente sobre o texto publicado hoje no Diário Oficial da União.

No último dia 25, em texto publicado no site da Federação, o presidente Rui Prado lamentou o anúncio dos 12 vetos da presidente.

“Para nós, é lamentável saber que houve 12 vetos, pois o texto da Câmara é o ideal para os produtores rurais e a sociedade brasileira. O principal objetivo dessa legislação é trazer segurança jurídica e regras claras para aliar produção de alimentos com preservação ambiental", avalia Prado na ocasião.

Atualizada às 11h16