O Ministério da Educação determinou, nesta sexta-feira (1º), o encerramento de 86 cursos oferecidos em todos os campi da Universidade São Marcos. O total de vagas que haviam sido autorizadas pelo MEC e que agora serão fechadas é de 15.910, apesar de a instituição ter apenas 2.100 estudantes ainda matriculados no primeiro semestre de 2012. A portaria que encerra os cursos foi divulgada no "Diário Oficial da União".

De acordo com o interventor judicial da São Marcos, Carlos Galli, a direção da instituição tenta se reunir com representantes MEC para saber o posicionamento do governo a respeito do processo acadêmico pelo qual passa a universidade, para que ela possa se regularizar e ser vendida. "Existem pessoas interessadas em adquirir a São Marcos", disse ele ao G1.

O fechamento dos cursos e vagas faz parte do processo de descredenciamento da instituição, anunciado em 26 de março. A universidade havia sido despejada de um de seus campi no fim de dezembro de 2011, por falta de pagamento, e tentava regularizar a situação para iniciar as aulas. O descredenciamento foi criticado pelos alunos, que consideraram a decisão tardia e inoportuna, já que as aulas estavam prestes a recomeçar.

Pela portaria publicada nesta sexta-feira, os cursos só serão reconhecidos em registros e diplomas expedidos para estudantes que ingressaram na universidade até o dia 28 de março de 2011.

O prazo para que a São Marcos realize a transferência de seus estudantes para outras instituições termina no dia 26 de junho. De acordo com Galli, atualmente apenas os cursos de Paulínia e o curso de psicologia na unidade do Ipiranga, em São Paulo, continuam funcionando.

Ossos enterrados
Galli confirmou, nesta sexta-feira, que os ossos e pedaços de corpos encontrados pela polícia faziam parte do laboratório de cursos de ciências da saúde na unidade Ipiranga. A Secretaria da Segurança Pública informou na quinta-feira (31) que policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) receberam uma denúncia e encontraram 15 partes de corpos humanos, entre os quais, crânios e fetos em um terreno da universidade.

O G1 tentou contato com a reitora da universidade, Maria Aurélia Varella, mas não obteve resposta.