O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Londres (Locog), Sebastian Coe, sempre disse que queria promover o incentivo ao esporte britânico com a realização do evento. No entanto, segundo o jornal The Independent, o discurso do ex-atleta mudou recentemente que a esperança de um legado olímpico foi "desmantelada" pela necessidade de cortes de gastos.

Entre os esquemas fechados ou que tiveram seu financiamento cortado desde que Londres foi escolhida como sede estão os esportes escolares, com orçamento reduzido de 162 milhões para 35 milhões de euros (de R$ 511,5 milhões para R$ 110,5 milhões), resultando na demissão de milhares de treinadores esportivos e coordenadores; a natação gratuita para menores de 16 anos e maiores de 65; e o projeto "Cycling England", que foi interrompido quando financiava 18 cidades visando a melhoria de ciclovias.

Programas que promoviam atividades saudáveis também foram cortados. O governo parou de financiar o projeto "Walking for Health" (Caminhada pela Saúde) e o orçamento escocês para promover caminhadas e ciclismo em 2012 e 2013 foi reduzido em 33% com relação ao mesmo período em 2011 e 2012. A proposta de construção de 1300 playgrounds foi derrubada.

Um estudo feito na Grã-Bretanha para avaliar o sentimento de pais e filhos com relação ao assunto mostrou que quase metade dos jovens acreditam que têm poucas oportunidades de praticar esportes na escola. Metade dos garotos sente-se pressionada a jogar os esportes mais populares, como o futebol, enquanto mais de 60% das meninas disse que os incentivos não têm funcionado com elas.