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Domingo, 21 de julho de 2024

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CAMPI estão parados

Técnicos da UFMT entram em greve e estudam se paralisam o Júlio Muller

Técnicos da UFMT entram em greve e estudam se paralisam o Júlio Muller
Quase 3 mil servidores técnicos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) iniciam hoje (11) greve por tempo indeterminado em todos os campi da instituição no Estado, em conformidade com greve nacional determinada pela Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra) em todo o Brasil. A paralisação pode afetar também o funcionamento do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM), em Cuiabá, situação icada que deve ser decidida em assembleia dos servidores no início da tarde desta terça-feira.


Além das atividades diárias e essenciais dos técnicos no suporte aos cursos e atividades na UFMT, no campus em Cuiabá por enquanto devem ser paralisados o Restaurante Universitário e a Biblioteca Central. O Zoológico continua em funcionamento e a operação do Hospital Veterinário ficará limitada a meio período, com capacidade reduzida.

O Comando de Greve do Sindicato dos Técnicos da UFMT (Sintuf) ainda deve deliberar a respeito de como ficarão outras atividades controladas pelos técnicos na instituição.

Paralela à greve em andamento deflagrada pela Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat), a greve dos técnicos tem como eixo uma série de reivindicações pertinentes aos vencimentos e às condições de trabalho dos servidores. No geral, os servidores cobram elevação dos vencimentos, atualmente em R$ 1.034 (o menor salário no serviço público do poder Executivo federal), para o equivalente a três salários mínimos, o que daria pouco mais de R$ 1.800, calcula a coordenadora geral do Sintuf, Ana Bernadete Almeida Nascimento.

Em segundo lugar, reivindicam a regularização dos cargos (há servidores incumbidos das mesmas funções mas com disparidade entre seus vencimentos). Também cobram a implementação da política de incentivo à qualificação para técnicos de todos os níveis de escolaridade (hoje o incentivo é oferecido apenas para aqueles com curso superior).

Júlio Müller

Já em relação ao Hospital Universitário Júlio Müller, os técnicos debatem amanhã se paralisam os serviços do local. A medida seria uma forma de pressionar o governo federal contra os efeitos da Medida Provisória 568 (MP 568), responsável por reduzir pela metade o valor dos vencimentos aos médicos do serviço técnico e por fixar o valor do adicional por insalubridade em vez de estipulá-lo em percentual. Cerca de 50 médicos atuam como técnicos no HUJM.

A pressão contra o governo por meio de uma eventual greve no HUJM também se deve à institucionalização da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) na gerência dos recursos financeiros dos hospitais universitários das instituições federais de ensino.

Conforme decreto assinado pela presidenta Dilma Rousseff (PT) em dezembro do ano passado, a Ebserh, vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e sediada em Brasília, constitui-se como empresa pública de personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio.

A criação da empresa foi uma forma de tentar viabilizar uma gestão mais dinâmica aos hospitais vinculados ao MEC, especialmente pela possibilidade de extinguir a necessidade dos numerosos processos licitatórios que atualmente atravancam a administração já burocrática de várias unidades.

Contudo, na visão do Sintuf e de outras entidades similares no país, a gestão desta maneira pretendida pelo governo carrega sérios riscos às condições de trabalho dos técnicos e, consequentemente, à qualidade do serviço em hospitais como o Júlio Müller.

“Vai acabar com a referência, com o ensino. Eles vão querer mais produtividade e isso vai acabar com a qualidade do serviço, e aí a fila do Sistema Único de Saúde (SUS) poderá aumentar. Isso vai ser prejudicial para a área acadêmica e principalmente para os usuários do SUS”, critica a sindicalista.




Atualizada
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