Olhar Direto

Domingo, 21 de julho de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Telescópio 'extremamente pequeno' descobre dois planetas extrassolares

Com lentes semelhantes às de uma câmera fotográfica, um telescópio “extremamente pequeno”, localizado no estado americano do Arizona, acaba de revelar a existência de dois planetas “estranhos” e distantes do Sistema Solar.


Os cientistas Thomas Beatty, da Universidade de Ohio, e Robert Siverd, da Universidade Vanderbilt, ambas nos EUA, relataram a descoberta nesta quarta-feira (13) à Sociedade Americana de Astronomia, em entrevista coletiva na cidade de Anchorage, no Alasca.

Um dos corpos (foto acima, à direita) é uma bola superdensa e quente, feita de hidrogênio metálico e ósmio, o metal mais pesado que se conhece na natureza, encontrado na platina e de cor cinza ou azulada. O planeta foi chamado de Kelt-1b e está situado na constelação de Andrômeda, vizinha da nossa Via Láctea e duas vezes maior que ela.

O Kelt-1b fica tão próximo de sua estrela, que completa uma órbita ao redor dela em 30 horas. Além disso, ele recebe cerca de seis mil vezes mais radiação que a Terra tem do Sol. Sua temperatura de superfície gira em torno de 2.200° C. Comparativamente, Mercúrio orbita o Sol uma vez a cada 68 dias, e sua maior temperatura na superfície chega a 425° C.

No passado, o Kelt-1b pode ter sido empurrado por uma estrela companheira que está hoje orbitando esse sistema solar. Os pesquisadores acreditam que o planeta, mais parecido com uma anã marrom, seja capaz de mudar a atual concepção de como os sistemas solares evoluem.

O Kelt-1b e sua estrela fazem uma espécie de “dança cósmica” que se assemelha à da Terra e da Lua, com uma exceção: a Lua está “presa” à Terra, por isso vemos sempre a mesma face dela, mas a Terra não está presa à Lua. Em alguns bilhões de anos, a estrela desse “novo” planeta deve se expandir e o engolir inteiro.

Menos de 1% dos exoplanetas ou planetas extrassolares – fora do Sistema Solar – já descobertos têm sido extremamente grandes e, ao mesmo tempo, extremamente próximos de suas estrelas hospedeiras.

O outro planeta descoberto, denominado Kelt-2ab, é uma estrela muito brilhante, 30% maior e 50% mais densa que Júpiter. Está localizada na constelação de Auriga.

A estrela-mãe do Kelt-2ab é tão brilhante que pode ser vista da Terra por meio de binóculos. Os astrônomos acreditam que poderão observar diretamente a atmosfera desse planeta, estudando a luz da estrela que brilha através dele e do calor infravermelho que irradia a partir dele, usando telescópios localizados não só no espaço, mas também em solo.

Esse telescópio e seu “irmão gêmeo” foram projetados para observar milhões de estrelas brilhantes de uma vez só, em extensas áreas do Universo, com baixa resolução de imagem.

A equipe usa métodos como o de trânsito, em que o brilho de uma estrela é ofuscado quando um planeta atravessa a sua frente. A recente passagem de Vênus em frente ao Sol foi um exemplo dessa técnica, que pode trazer mais informações astronômicas.

Esse é um meio de “caçar” planetas fora do sistema solar por um baixo custo. Enquanto a construção de um telescópio tradicional sai por milhões de dólares, esse exemplar sai por US$ 75 mil ou menos de R$ 155 mil.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
Sitevip Internet