A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do caso Cachoeira vai votar ainda hoje (14.6) pela manhã requerimentos de convocação do ex-diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot. A participação de Pagot em depoimento na CPI é considerada vital para fornecer esclarecimentos sobre a influência da empresa Delta Construções em suposto esquema de caixa dois em campanhas eleitorais.
Com a apreciação, os requerimentos deverão ser transformados em um, que está marcado para as 10h30 desta quinta-feira (14). É grande a expectativa com o novo depoimento, porque ele, em declaração à revista
Época, afirmou que o Partido dos Trabalhadores (PT) pediu que ele se reunisse com empreiteiras para colaborar com a campanha da presidente Dilma Rousseff.
Na reunião da CPMI, realizada no último dia 5, deputados e senadores pressionaram pela aprovação dos requerimentos. Os pedidos não foram votados por decisão do presidente interino da comissão, deputado Paulo Teixeira (PT-SP). A sessão desta quinta-feira é administrativa, ous eja, destinada apenas à votação de requerimentos de convocação. Não serão dados depoimentos no dia de hoje.
Para a revista
Época, Pagot revelou que, durante a campanha eleitoral de 2010, o petista José de Filippi Junior, responsável por arrecadar dinheiro para campanha da então candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, o teria procurado.
Luiz Antônio Pagot, até então, era diretor Dnit, teria sido procurado para que conseguisse doações. Pagot disse para a revista
Época que Fillipi pediu que se buscassem recursos a empreiteiras e forneceu o número de contas bancárias.
Como exercia o cargo de diretor do Dnit, Pagot tinha sob responsabilidade cerca de R$ 10 bilhões para gastar em obras de rodovias executadas por empresas desse seguimento. Por conta da função, Pagot tinha acesso privilegiado a diretores de empresas da construção civil.
Pagot também denuncia o uso de verbas públicas para formação de caixa dois de campanhas eleitorais em São Paulo. À revista
IstoÉ, o ex-diretor afirmou existir esquema de desvio de verba na obra do Rodoanel para as campanhas de José Serra à Presidência e de Geraldo Alckmin ao governo paulista em 2010.
Em abril, Pagot havia dito à
Época que contrariara interesses de Cachoeira e da construtora Delta na época em que estava à frente do Dnit.
Atualizada às 10h06