O Canadá recebeu nesta sexta-feira (15) o “Fóssil do Dia” na Rio+20, prêmio simbólico concedido pelas organizações não-governamentais aos governos que atrapalham as negociações da conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.
De acordo com a ONG Climate Action Network, o país “havia sido aposentado” da premiação na última cúpula do Clima, a COP 17, da África do Sul, após anunciar sua saída do Protocolo de Kyoto, acordo que envolve países desenvolvidos (menos os Estados Unidos) e os obriga a reduzir os gases causadores do efeito estufa.
Entretanto, segundo a ONG, o país volta a ganhar por articular contra o documento negociado na conferência do Rio de Janeiro, “combinando movimentos para apagar e prejudicar muitas peças-chave dos textos, (...) enquanto empurra um orçamento de corta verbas para políticas ambientais e climáticas”.
Segundo os membros da sociedade civil, durante as negociações os diplomatas canadenses afirmaram não concordar com um dos Princípios do Rio, que aborda a questão das “responsabilidades comuns, porém, diferenciadas”— um dos pontos de atritos nos debates principais.
Ainda de acordo com a Climate Action, para o governo canadense o princípio “é uma desculpa para doar dinheiros aos [países] pobres do Sul”.
Retrocesso
Em entrevista concedida ao G1, a ativista do Canadá Severn Cullis-Suzuki, que ficou conhecida após seu discurso na Rio 92 como “a menina que calou o mundo”, criticou a postura de seu país que deixou de “ser um campeão da sustentabilidade para se tornar um retardatário ambiental”.