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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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Após Muricy, São Paulo sofre com técnicos. Para Juvenal, safra é ruim

Entre 2005 e 2008, o São Paulo viveu provavelmente o melhor momento de sua história, conquistando a Taça Libertadores e o Mundial de Clubes, em 2005, e o tricampeanato brasileiro em 2006, 2007 e 2008. Passada essa fase de fartura, porém, o time caiu. De 2009 para cá, desde a saída de Muricy Ramalho, cinco treinadores passaram pelo banco de reservas do Morumbi. Um a cada cinco meses, em média. Nenhum deles conseguiu resultados expressivos e, pior, a cada ano que passa, a performance do time vai piorando (veja o desempenho dos técnicos abaixo).


Mesmo com tantas mudanças de perfil no comando e sem conseguir sucesso, o presidente tricolor, Juvenal Juvêncio, não mostra preocupação com as trocas que fez no comando da equipe. Ele justifica dizendo que a safra de técnicos no Brasil é ruim.

- Eu não tenho culpa se um jogador funciona lá e não funciona aqui. Futebol não se ensina na escola. A diretoria do São Paulo pensa bastante, mas o Brasil não é brilhante em técnicos, somos brilhantes em jogadores. Eles têm nome, mas causam outros problemas. É difícil esse momento. É penoso contratar técnico - afirmou o dirigente.
O Brasil não é brilhante em técnicos"
Juvenal Juvêncio

Comandante tricolor no tricampeão nacional (Paulo Autuori foi o técnico nos títulos continental e mundial), Muricy se desgastou demais com a eliminação da equipe na Libertadores de 2009. Foi demitido em uma sexta-feira, dia 19 de junho. No dia seguinte, Ricardo Gomes foi anunciado como substituto. Com trabalho reconhecido no futebol europeu, Ricardo era considerado nome ideal. Pode-se até dizer que ele fez um bom trabalho, levando o time até a semifinal da Taça Libertadores de 2010 - o time acabou eliminado pelo Internacional, que venceria a competição. Com a queda na Libertadores, porém, o treinador foi muito pressionado pela torcida, e a diretoria optou por não renovar o vínculo, atendendo aos torcedores.

Veio então o maior erro da gestão Juvenal Juvêncio, no início do segundo semestre de 2010. Com o discurso de que era preciso pensar em algo novo e, principalmente, apostar nas categorias de base, o presidente resolveu efetivar o técnico do time sub-20, Sérgio Baresi. Ele tentou inovar, com treinos diferentes e um sistema no qual cada atleta recebia informações impressas e por vídeos dos adversários. Durou apenas três meses. Perdida, a diretoria resolveu apostar em Paulo César Carpegiani, que já tinha feito um bom trabalho em 1999, quando levou o time até as semifinais do Campeonato Paulista e do Brasileirão.
Muricy ramalho são paulo treino (Foto: Gaspar Nobrega / vipcomm)No São Paulo, Muricy conquistou três Brasileiros
(Foto: Gaspar Nobrega / Vipcomm)

Dos cinco técnicos pós-Muricy, Carpegiani é o que tem melhores números. Chegou para a reta final do Brasileiro de 2010 sabendo que a classificação para a Libertadores viria apenas por milagre. No Paulista de 2011, foi eliminado pelo Santos. Na Copa do Brasil, começou a cavar sua sepultura com a eliminação diante o Avaí e a discussão acalorada com Rivaldo, quando chegou a chamar o veterano meia de "mau caráter". Durou poucos jogos mais e, no começo do Campeonato Brasileiro, foi demitido para a chegada de Adilson Batista.

Começava a terceira passagem do treinador pelo futebol paulista. Ele tinha a obrigação de, na equipe do Morumbi, apagar a péssima imagem deixada pelos trabalhos ruins feitos em Santos e Corinthians, entre o fim de 2010 e o início do ano passado. Muito elogiado pelos atletas pela forma de trabalhar no dia a dia, Adilson não conseguiu traduzir a eficiência nos treinos em bons resultados. Foi demitido após uma derrota por 3 a 0 para o Atlético-GO.

A essa altura, Juvenal, perdido, sentenciou que o problema não era o comandante e sim, o perfil do grupo, que precisaria ser mudado. Primeiro, decidiu por um técnico conhecido por ter pulso firme para colocar os jogadores na linha: trouxe Emerson Leão, cuja principal missão seria sacudir os jogadores. A princípio, Leão apenas preencheria a vaga por dois meses. Terminaria o Brasileiro e, a partir de janeiro, a diretoria partiria em busca de um novo técnico.

Os resultados não apareceram, mas o treinador ganhou mais uma chance e teve seu contrato renovado para 2012. Conforme prometido, Juvenal reformulou o elenco. Nem assim Leão conseguiu fazer o São Paulo entrar nos eixos. Sofreu ingerência de Juvenal Juvêncio, que determinou o afastamento do zagueiro Paulo Miranda, em má fase, e ainda amargou as eliminações no Paulistão, diante do Santos, e na Copa do Brasil, para o Coritiba. Na última terça-feira, uma semana após a derrota para o Coxa, Leão foi dispensado. Agora, o Tricolor busca um novo técnico. Resta saber quanto tempo o próximo comandante vai durar à frente do time do Morumbi.
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