A Polícia Federal aprofunda as investigações sobre indícios de negócios do grupo empresarial do contraventor Carlinhos Cachoeira em Mato Grosso. A informação foi repassada pelo senador Pedro Taques (PDT-MT), em entrevista exclusiva ao
Olhar Direto nesta segunda-feira.
"Já apareceu de Mato Grosso na CPMI do Cachoeira a questão da antiga Agecopa, publicidade, a questão da Lemat... agora isso. Tudo está sendo investigado pela Polícia Federal. Eu perguntei ao delegado da polícia, ele me disse que isso mereceria novas investigações, aprofundamento, para saber o que ocorreu".
O senador é membro titular da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura práticas criminosas identificadas pelas operações Vegas em 2008 e Monte Carlo, em novembro de 2010, pela Polícia Federal em função de atividades ilícitas do contraventor e seu grupo.
Ligações monitoradas pela PF com autorização da Justiça demonstraram envolvimento do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com Cachoeira. Ele perdeu a representação do partido no Senado e a casa abriu processo de cassação, cuja votação será nesta quarta-feira. O relator do processo foi o senador Pedro Taques.
O caso
Em fevereiro deste ano, Cachoeira foi preso pela PF, que identificou atos de corrupção e infiltração da organização entre empresas estatais e no meio empresarial para interferir em contratos públicos, licitações e outras atividades.
Na domingo passado, o jornal
O Estado de S. Paulo divulgou que o grupo de Cachoeira teria feito contato com prefeitos em Mato Grosso e o governo de Mato Grosso para
vender serviço de monitoramento de emails para campanha.
O grupo venderia serviços para o governador e o prefeito de Cuiabá Chico Galindo (PTB), que negou qualquer envolvimento com Cachoeira ou ter sido procurado por algum emissário dele.
O governador Silval Barbosa (PMDB) rebateu a publicação na segunda-feira (2). Ele negou veementemente que tenha se encontrado com Cachoeira ou o conheça.
"Tentaram me arastar para essa lama. Não conheço e não tive relação e reunião com ele [Cachoeira]. Isso não passa de conversa de dois atrapalhados de botequim. Nunca falei com ele", comentou Silval na ocasião.
O governador negou também qualquer envolvimento do grupo do contraventor em licitações da antiga estrutura da agência local da Copa do Mundo 2014 (Agecopa) e na licitação da Loteria do Estado de Mato Grosso (Lemat). No caso da loteria, disse que vai verificar qual a melhor solução para operar o mecanismo oficial de aposta, se licitado ou em parceria do setor público com o setor privado.
Eleições
Ao comentar fala eleitoral de Silval na semana passada, sobre aliança incoerente ou contraditória do senador Blairo Maggi (PR) e dele no apoio ao candidato a prefeito pelo PSB, Mauro Mendes, o senador Pedro Taques diz que "respeita a opinião do governador".
"É opinião dele. Eu não sou candidato. Estou apoiando o Mauro Mendes. O senador Maggi está apoiando o Mauro. Eu não sou candidato, portanto, não posso escolher aqueles que apoiarão o Mauro Mendes".
A crítica do governador foi sobre o perfil dos dois senadores e o fato de Maggi e Taques terem sido adversários na campanha em 2010.
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