Parece coisa surrealista, mas é verdade. De 1º de janeiro deste ano até esta quarta-feira-feira, cada um dos mais de 193 milhões de brasileiros, do recém-nascido ao mais idoso, trabalhou apenas para pagar impostos ao governos nos níveis federal, estadual e municipal. A partir desta quinta-feira é que deixamos de sustentar a emperrada máquina administrativa, que sabe muito bem cobrar, mas não devolve em serviços. Ao todo são 147 dias apenas para pagar tributos. O cálculo é de estudo sobre os dias trabalhados para pagar tributos, divulgado na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, IBPT.

 “Lamentavelmente o Brasil ainda é um dos campeões mundiais em carga tributária. O tamanho dessa carga é extremamente nocivo ao desenvolvimento da economia brasileira”. Essas são palavras do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso, Fiemt, Mauro Mendes, no dia é que o brasileiro chega à marca anual de trabalho que precisa apenas para pagar seus impostos.

Mauro Mendes afirma que o grande pagador de imposto é o cidadão comum. “Infelizmente o Estado ainda devolve esses recursos com serviços de uma qualidade questionável”, diz, completando que tanto a educação quanto a saúde e os serviços públicos de maneira geral pecam muito e deixam a desejar. “Portanto cobra-se muito, se gasta mal e a sociedade paga um alto preço pela ineficiência tributária”, comenta Mauro.

“O sistema é altamente burocrático, complexo, o que dificulta a arrecadação e penaliza quem paga. O sistema tributário brasileira precisa, urgentemente, ser reformado, buscando objetividade, simplicidade e isonomia entre todos”, diz o presidente da Fiemt, que afirma que todos esses ajustes na tributação brasileira resultariam no crescimento e desenvolvimento do país.