Olhar Direto

Quarta-feira, 17 de julho de 2024

Notícias | Meio Ambiente

'Fertilização' de oceano pode ajudar a conter aquecimento global, diz estudo

Um novo experimento busca "fertilizar" os oceanos com sulfato de ferro para favorecer a proliferação de fitoplâncton – organismos microscópicos, como algas, que vivem próximo à superfície e servem de alimento para muitos animais.

'Fertilização' de oceano pode ajudar a conter aquecimento global, diz estudo
Um novo experimento busca "fertilizar" os oceanos com sulfato de ferro para favorecer a proliferação de fitoplâncton – organismos microscópicos, como algas, que vivem próximo à superfície e servem de alimento para muitos animais. O objetivo é fazer com que esses seres capturem o gás carbônico (CO2) do fundo do mar e possam se tornar uma eventual maneira de combater o aquecimento global.


A pesquisa está descrita na revista "Nature" desta semana e foi feita durante cinco semanas na Antártica. O trabalho é considerado pelos autores uma das provas mais detalhadas da fertilização dos oceanos, prática proibida pela legislação internacional, mas liberada para fins científicos.

De acordo com o pesquisador Michael Steinke, da Universidade de Essex, no Reino Unido, o fitoplâncton faz fotossíntese assim como as plantas em terra firme, armazenando CO2 e liberando O2, o que ajudaria a manter a temperatura ambiente.

Segundo os estudiosos, a proliferação de algas unicelulares chamadas diatomáceas atingiu o pico um mês após o início dos trabalhos. Posteriormente, houve uma significativa mortalidade dessa espécie, o que formou uma massa viscosa, incluindo material fecal do zooplâncton – como peixes, crustáceos e águas vivas –, que rapidamente submergiu para o fundo do oceano.

Os autores dizem que pelo menos metade dessa biomassa provavelmente já ultrapassou 1 km de profundidade e uma porção chegou às profundezas. Depois que o fitoplâncton morre, pode ficar por vários anos preso aos sedimentos no fundo do mar.

Apesar da descoberta, Steinke acredita que a técnica não será usada em larga escala para amenizar a mudança climática, pois achar o lugar adequado para esses experimentos é difícil e custa caro.

Em 2007, especialistas da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) alertaram para os riscos dessa técnica, especialmente para o ambiente marinho, um aspecto ausente no estudo publicado esta semana.

Em um estudo feito em 2004 nos mares do sul por uma equipe liderada por Victor Smetacek, do Instituto de Investigação Marítima, em Bremerhaven, na Alemanha, não conseguiu avaliar com precisão a duração dessa captura de CO2.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
Sitevip Internet