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Terça-feira, 23 de julho de 2024

Notícias | Jogos Olímpicos 2012

'Não se forma equipe campeã olímpica em 4 anos', diz técnico de Zanetti

or falta de apoio financeiro, o Brasil não deve esperar a revelação de novos talentos da ginástica para a Olimpíada de 2016, disse nesta terça-feira Marcos Goto, técnico do campeão olímpico nas argolas Arthur Zanetti.


'Para o Arthur já está tudo pronto, ele precisa de pouca coisa. Mas estamos atrasados. Não se forma uma equipe campeã olímpica em quatro anos. Não vai surgir nenhum garoto de 12 anos daqui até lá. Agora é tocar o barco', afirmou Goto, em entrevista coletiva no centro de Londres nesta terça.

'Nossos resultados aqui (nos Jogos de Londres 2012) foram inéditos. Mas quem vai nos dar suporte? Tendo suporte, o trabalho vai andar. E temos consciência de que a pressão vai ser muito maior em 2016. Sem apoio financeiro, não se consegue nada. Espero que isso não mude só para o Arthur, mas para a ginástica inteira.'

Zanetti conquistou na última segunda-feira a primeira medalha olímpica da ginástica da história do Brasil em Jogos Olímpicos, com uma apresentação impecável nas argolas - modalidade de pouca tradição no Brasil. O brasileiro de São Caetano do Sul (SP) superou o tetracampeão mundial chinês Chen Yibing, que se apresentou pouco antes dele. Com uma nota de 15,9, o brasileiro foi aplaudido de pé pela torcida no ginásio.

'Dei meu máximo'

Zanetti contou que sua preparação para a Olimpíada começou em 2007, quando ele foi convocado ao Mundial de ginástica, aos 17 anos.

'Em 2009, ficou claro que ele era um atleta de alto nível', disse Goto.

Sua classificação para Londres-2012 veio no Mundial do Japão de 2011, quando Zanetti obteve a prata. Mas ele escolheu não apresentar-se com a rotina nova no Mundial, para guardá-la dos adversários e surpreender na Olimpíada.

'Meu objetivo aqui era ser finalista. Daí passou a ser fazer a minha melhor prova, sentir que dei o meu máximo', afirmou o atleta.

Questionado se sua vitória era um 'cala-boca' às críticas feitas à performance geral da ginástica brasileira, Zanetti disse que não: 'Só fiz a minha parte'.

Para manter a concentração, diz Goto, a preparação psicológica de Zanetti consiste em muito treino.

'Não tem outra saída: competir internacionalmente e levar muita porrada (para se preparar)', disse o técnico, que treina Zanetti desde a infância (o atleta brasileiro começou na ginástica aos 7 anos de idade).

Lugar para a medalha

Discreto, Zanetti tem mantido sua medalha olímpica no bolso. Na coletiva, só a exibiu após pedidos dos jornalistas e para tirar fotos com os fãs.

Diz ainda não saber onde vai colocar a medalha ao voltar para casa.

'A ficha não caiu. Acho que só vai cair quando eu voltar ao Brasil.'

Na volta para casa, diz Goto, o atleta terá apenas um dia de descanso para se readaptar ao fuso - em seguida, os treinamentos devem recomeçar.

Para os dois, pouco muda na preparação para 2016. A dupla evita 'oba-oba' quanto a medalhas na Olimpíada do Rio.

'A vaga não está garantida, temos dois Mundiais pela frente. E no próximo, qualquer um pode ganhar dele. Competição é assim mesmo', disse Goto. 'Se ele (Zanetti) cair em 2016, se ficar sem pódio, serei o primeiro a defendê-lo. A parte dele é se classificar à Olimpíada. Qual o suporte dado a ele?'
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