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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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Superação

Hermafrodita supera polêmica em prova com choro e aplausos de pé

Caster Semenya estreia em Olimpíadas e vai às semifinais dos 800m feminino

Caster Semenya estreia em Olimpíadas e vai às semifinais dos 800m feminino

Era preciso dar duas voltas na pista do Estádio Olímpico e chegar entre as três primeiras para se classificar para as semifinais dos 800m. Mas quatro competidoras mostraram que nem sempre os objetivos se resumem à frieza dos números. Caster Semenya, Merve Aydin, Woroud Sawalha e Sarah Attar venceram as barreiras que foram impostas a elas e completaram o percurso com a certeza de que fizeram tudo o que estava a seu alcance. A sul-africana, campeã mundial em 2009 mesmo após ser exposta sobre uma investigação sobre sua sexualidade, seguiu na competição com o terceiro melhor tempo geral, enquanto as outras três meio fundistas se despediram dos Jogos.


As semifinais serão disputadas às 15h30m (horário de Brasília) desta quinta-feira.

Em 2009, Caster Semenya foi rapidamente do céu ao inferno. Campeã mundial dos 800m em Berlim, a sul-africana apresentava níveis de testosterona muito mais altos do que o normal e foi afastada pela Federação Internacional de Atletismo (Iaaf, na sigla em inglês) em um primeiro momento. A meio fundista fez vários exames, que mostraram que ela era hermafrodita e que não havia doping. Nos anos seguintes, encarou lesões e problemas com o peso para dar a volta por cima. Em Londres, foi a porta-bandeira do país, e nesta quarta-feira finalmente deixou as polêmicas para trás. Semenya foi a segunda colocada da primeira série, com 2m00s71, atrás apenas da americana Alysia Montano Johnson, com 2m00s47.

Na segunda bateria, a atleta mais lenta foi a mais aplaudida. No meio do percurso de duas voltas sobre a pista, a turca Merve Aydin se contundiu. Mesmo com dor e chorando muito, ela fez questão de cruzar a linha de chegada. A cada passo, um mar de lágrimas descia em seu rosto. Cumpriu seu objetivo em 3m24s35, tempo muito distante das adversárias que avançaram na competição – a mais rápida na tomada de tempo foi a russa Mariya Savinova com 2m01s56.

Nas duas últimas séries, duas atletas muçulmanas também foram aplaudidas de pé, mesmo tendo sido as últimas colocadas. Na quinta bateria estava a palestina Woroud Sawalha. Mesmo sem pistas adequadas para treinar em seu país, também esteve no Mundial Indoor de Istambul (relembre no vídeo ao lado). Em Londres, bateu seu recorde pessoal com 2m29s16, mas ficou longe da zona de classificação.

O mesmo aconteceu com Sarah Attar, da Arábia Saudita. Primeira mulher da história do país a competir no atletismo nos Jogos Olímpicos (sua compatriota Wodjan Shaherkani já havia lutado no judô), ela correu os 800m em 2m44s95.

- Foi uma experiência incrível estar representando a Arábia Saudidta. Estou muito feliz em fazer parte disto. É muito legal ver todo mundo me apoaindo, me aplaudindo de pé. Agradeço a todos que me apoiaram - disse Sarah, em entrevista ao SporTV.
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