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Defesa de jovem baleado pede apuração sobre conduta de policial

23 Ago 2012 - 10:11

De Rondonópolis - Giselle Saldanha - Olhar Direto/Pauta Pronta

Foto: Pauta Pronta

Defesa de jovem baleado pede apuração sobre conduta de policial
A defesa do jovem Flávio Rodrigues da Cruz, baleado pela polícia por ser suspeito de dar cobertura a um assalto na Transportadora Corrona, junto a seu amigo Lucas Rafael Souza,ambos funcionários da Aprosmat, protocolou ontem (22) um pedido de investigação pelos crimes de denunciação caluniosa, dupla tentativa de homicídio qualificado e fraude processual, contra o policial civil que efetuou os disparos, Ademir Dias de Matos. Além disso, a defesa entrará com ação indenizatória contra o Estado.


Justiça reconhece inocência dos funcionários da Aprosmat (veja fotos)
Advogado de rapaz baleado com tiro no pulmão contesta versão da Polícia

Os dois jovens foram libertados na segunda-feira (20), depois que a juíza da 3ª Vara Criminal, Aline Luciane Ribeiro V. Quinto entendeu que não houve crime e deu parecer favorável ao relaxamento de prisão. Agora a Polícia Civil tem legalmente 30 dias para levantar provas de que os jovens tenham de fato participação no crime, podendo haver prorrogação no prazo, caso necessário.

O advogado de Flávio, Elson Rezende de Oliveira, garante que está munido de provas a favor dos jovens e afirma que a soltura foi apenas uma primeira etapa. A segunda é pela punição do responsável pelo constrangimento causado a eles, segundo ele. “Nós ainda não alcançamos a justiça, nós evitamos uma injustiça - que era a prisão dos meninos. Agora queremos provar que o policial está tentando maquiar a verdade”, diz.

A denúncia partida do advogado contra o policial é por conta das contradições apresentadas nas versões, além do sumiço de peças fundamentais na cena crime e a abordagem irresponsável.

Na saída dos rapazes da Penitenciária da Mata Grande uma questão ainda não observada veio à tona. Em sua primeira fala à imprensa, depois do acontecido, Flávio disse ter sido baleado pelas costas. O que contradiz a versão do agente que afirmou em depoimento que os jovens vinham em sentido contrário ao seu e após fazerem menção de sacar uma arma o motivou a atirar.

O policial fez três disparos contra os jovens. Na declaração de Lucas Rafael, o outro jovem envolvido, ele conta também ter levado um tiro que pegou de raspão no capacete e que ele estaria marcado. Segundo o advogado, esse e o outro capacete – o de Flávio -, além das mochilas dos garotos que carregava seus jalecos (uniforme da empresa onde trabalham) sumiram. O que é classificado pela defesa como ocultação de provas para dificultar a investigação.

A contradição desta forma está no ‘Termo de Apreensão de Objetos’, que lista todos os pertences encontrados com os jovens e não menciona os capacetes e as mochilas e o ‘Termo de Depoimento’ de um cabo da polícia que relata ter sido apreendido dois capacetes. Além disso, o advogado possui uma foto tirada por um transeunte que ilustra as duas mochilas ao lado dos rapazes no momento em que a polícia os imobilizava.

Umas das mochilas, a de Flávio, apareceu ontem (21) no final da tarde, depois da denúncia do advogado,contendo os dois jalecos.Ele agora aguarda a aparição do restante dos objetos.

Além dessas, a defesa tem como provas documentais, o relatório de ponto dos jovens que aponta a saída às 17h - horário do assalto segundo o boletim de ocorrência - a certidão de ocorrência do Corpo de Bombeiros que fez o atendimento as 17h07 e várias declarações de testemunhas.

A pena para todos esses crimes (se comprovado) é de no mínimo, 10 anos e seis meses.

CONTRAPONTO – Edno Damaceno, advogado do policial autor dos disparos, Ademir Dias de Matos, disse que seu cliente mantém a mesma versão. Segundo ele, o que cabe a polícia provar é que nesse espaço de tempo em que registraram a saída e foram abordados, houve tempoparaque os jovens dessem suporte ao assalto.

Sobre o sumiço das peças, Edno diz que pode ter sido um ‘desencontro’ entre a Polícia Militar e Civil. “O primeiro boletim de ocorrência foi feito pela Polícia Civil. Foram eles que conduziram os garotos e recolheram os pertences. Depois disso, eles (os pertences) foram encaminhados para a delegada. Pode ter ocorrido algo nesse intermediário. Mas se realmente esses objetos tiverem sido apreendidos, eles vão aparecer”, disse.

Questionado sobre as contradições e um possível erro do policial ele externou: “Ninguém está querendo esconder a verdade não. Se ficar comprovado que foi erro do policial, ele será punido”, colocou.

CASO - Os dois rapazes foram presos suspeitos de participarem de um roubo em uma transportadora anexa ao Distrito Industrial, na última semana. Consta no boletim de ocorrência que o roubo aconteceu as 16h55. Dois indivíduos chegaram armados e anunciaram o assalto. Um civil à paisana estava no local. Depois que os bandidos saíram, o policial, usando o próprio carro começou a persegui-los. Já na BR 163, o policial teria os perdido de vista, mas reencontrado a moto com os suspeitos na sequência no Horto Florestal. O policial fez então três disparos contra os garotos, onde um deles atingiu Flávio na região do pulmão. Ele foi encaminhado ao Hospital Regional e assim que recebeu alta, três dias depois, encaminhado para a Cadeia Pública, onde Lucas já estava desde o dia do acontecido.
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