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Segunda-feira, 05 de agosto de 2024

Notícias | Economia

Dólar fecha a R$ 1,97 em sexto dia de baixa; Bovespa retrocede 0,57%

A taxa de câmbio caiu pelo sexto dia consecutivo, para R$ 1,970, o que significa um decréscimo de 1,94% sobre a cotação de ontem. Bilhões de dólares aplicados no país trouxeram o preço da moeda americana para menos de R$ 2 pela primeira vez em oito meses. Desde o dia 21, a taxa desvalorizou 3,29% enquanto no mês a queda chega a 9,67%.


A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) opera em queda de 0,57%, aos 52.733 pontos. O giro financeiro é de R$ 5,2 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York tem leve alta de 0,09%.

Na praça paulista, o dólar turismo foi cotado por R$ 2,100, em um declínio de 0,94%. O Banco Central entrou mais uma vez no mercado de moeda, comprando dólares por R$ 1,9740 (taxa de corte) entre 15h22 e 15h32.

Fluxo

Somente na Bolsa de Valores, os investimentos estrangeiros já somam R$ 10 bilhões entre janeiro e maio deste ano, mostrando o interesse dos gestores globais nos ativos brasileiros, atrás de rentabilidade num momento em que as taxas de juros dos países desenvolvidos estão próximas a zero.

Analistas ressaltam que há uma percepção predominante no mercado de que a pior fase da crise mundial já passou. Nos EUA, economistas já chegaram a prever o fim da recessão atual para o terceiro ou quarto trimestre. E hoje, a nova estimativa do PIB (Produto Interno Bruto) revelou uma contração um pouco menor do que inicialmente calculado.

"Como se diz no mercado, 'contra fluxo, não há argumento'. Enquanto tiver muitas divisas entrando no país, ninguém vai querer ficar com dólar na mão. O mercado está amplamente vendedor, enquanto o Banco Central fica como sozinho como um dos poucos na compra", sintetiza Reginaldo Galhardo, diretor da corretora de câmbio Treviso.

"Hoje, muita gente está sentido que a recuperação [da economia global] já começou. Vai ser muita lenta, muito gradual, mas já começou. Se realmente esse cenário se firmar, e nenhuma notícia muito ruim aparecer, não há nada que impeça o dólar cair para R$ 1,90 no curto prazo", acrescenta.

O diretor da Treviso ressalta que a crise "não acabou". "Houve somente um acomodamento da crise, devido a todo o dinheiro que os governos já usaram para enfrentar os problemas. Nós ainda vamos muito banco quebrar, e o 'pequeno' ser engolido pelo 'grande'", avalia. Para o profissional, um dos riscos no horizonte é de que os participantes do mercado, em algum momento, tenham dúvidas sobre os efeitos das ações governamentais para debelar a crise, revertendo o apetite por risco registrado nesses últimos meses.

Ptax

Profissionais de corretoras destacam ainda que a disputa pela Ptax, a taxa média de câmbio, agravou a queda dos preços. A Ptax do último dia útil do mês serve como referência para a liquidação dos contratos futuros de dólar na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). Por esse motivo, agentes financeiros entram no mercado à vista para influenciar a formação da Ptax conforme interesse a baixa ou a alta dessa cotação.

Há também o vencimento dos contratos de "swap" cambial na próxima semana, em que é vantajoso para os agentes financeiros que a cotação do dólar caia. Esse também foi destacado como mais um forte motivo para a derrocada das taxas de câmbio ao longo desta semana.
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