A Secretaria e Saúde (SES) determinou nessa sexta-feira (07) a suspensão dos serviços prestados pela Grifort Indústria Serviço de Apoio e Assistência à Saúde nos Hospitais Regionais de Sorriso e Colíder, segundo informou a assessoria da própria unidade. A defesa da empresa, por sua vez, afirmou que não recebeu nenhuma notificação e que há interesses da própria OSS e do Estado em assumir os trabalhos.
Nessa sexta, segundo informou a assessoria de imprensa do Hospital Regional de Sorriso, foi enviada a notificação de suspensão dos serviços da Grifort e determinou-se que o Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), OSS responsável pela administração das unidades hospitalares, assumisse a lavagem das roupas e o fornecimentos de insumos até que o conflito entre o Estado e a empresa seja sanado.
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A coordenadora da Grifort, Mônica de Campos Chiamente, alegou não ter recebido nenhuma notificação de suspensão, segundo ela o que ocorreu foi justamente o contrário, no final da tarde de ontem (quinta-feira) a empresa foi oficiada para que retomasse as atividades.
“Nossos funcionários foram hoje entregar os produtos que haviam acabado e o diretor do hospital impediu eles de entrarem. Disse que já havia comprado o produto. " Nas nossas máquinas não pode usar outro produto que não seja o do nosso fornecedor. A gente nem sabe o que pode acontecer”, asseverou a coordenadora.
De acordo com o assessor jurídico da empresa, Victor Humberto Maizman, o Estado se perdeu nas estratégias, pois meia hora depois de notificar a Grifort para que não paralisasse as atividades impediu os funcionários de prestarem serviços. “Isso é arbitrário e ilegal”.
O advogado ressaltou ainda que há interesses no Estado e da OSS em assumir os trabalhos prestados pela Grifort. “Há alguma coisa estranha. Meia hora depois de pedirem para retornarmos as atividades o diretor da OSS chamou nossos funcionários e disse que íamos demitir todos e que eles os contratariam. Há interesse deliberado a OSS em assumir”.
Entenda o caso
Na tarde dessa quinta-feira (06) o funcionário da Grifot Gilmar Silva Araújo foi preso pela acusação de roubo e desobediência. Ele estava retirando produtos da empresa do Hospital Regional de Sorriso e foi impedido pela direção da unidade. A polícia foi chamada para resolver o impasse, mas foi Gilmar quem acabou preso.
Calote de mais de R$ 1,5 milhão
A Grifort parou as atividades na unidade por conta da falta de pagamento do Estado, que deve mais de R$ 1,5 milhão a empresa. A Secretaria de Saúde foi notificada com 48 horas de antecedência de que as atividades seriam paralisadas caso não houvesse repasse dos recursos. O prazo expirou no começo da noite de quarta-feira.
Com a paralisação dos serviços prestados ao Estado, ficam paralisadas as cirurgias eletivas e de emergência nos hospitais regionais de Colíder e Sorriso por falta de pacotes cirúrgicos.
Além dos Hospitais Regionais de Sorriso e Colíder, a empresa é contratada pelo Estado para efetivar a locação, fornecimento, reposição, desinfecção e higienização de hotelaria hospitalar e cirúrgica, bem como, esterilização da hotelaria cirúrgica com gerenciamento e operacionalização da atividade no Complexo CIAPS Adauto Botelho (CIAPS, Lar Doce Lar, Unidade III, CAPS AD, CAPS Infantil, Unidade II), bem como, as Unidades descentralizadas, sendo: MT Hemocentro, CEOPE, CERMAC e CRIDAC em Cuiabá e Várzea Grande.
