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Sábado, 20 de julho de 2024

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Nova técnica pode eliminar memória ligada ao medo com mais eficiência

Uma descoberta anunciada nesta quinta-feira (20) pode servir como uma ferramenta para eliminar da memória um medo específico. Os resultados da pesquisa sueca foram publicados pela prestigiada revista “Science”.


A nova técnica é uma evolução da chamada terapia da exposição, na qual uma pessoa enfrenta seu medo em pequenas doses até conseguir conviver com ele.

O que a equipe liderada por Thomas Agren, da Universidade de Uppsala, fez foi analisar o cérebro de voluntários enquanto eles eram expostos a uma experiência relacionada à formação do medo. A ressonância magnética deixou claros os rastros deixados pelo medo no cérebro.

Os voluntários viam uma imagem neutra e, simultaneamente, recebiam pequenos choques elétricos. Por consequência, relacionaram as duas coisas e passaram a ter medo da imagem.

A partir daí, eles foram separados em dois grupos. Um deles ficou muito tempo sem ver a imagem novamente e, quando viu, voltou a sentir medo.

Para o outro grupo, a imagem foi repetida várias vezes, sem o choque. Ao fim da experiência, esses voluntários já não tinham mais nenhum medo da foto – o que foi comprovado pela ressonância magnética.

O segredo, segundo os pesquisadores, é intervir – por meio da exposição repetida – enquanto a memória do medo ainda está sendo ativada. Isso é possível porque a memória, logo que é ativada, se torna maleável, de certa forma.

“Mostramos que essa exposição é mais eficaz se feita durante o processo de restabilização da memória. Acreditamos que dê para fazer entre poucos minutos após a ativação até três ou quatro horas depois. Estudos em roedores indicam que a intervenção deve começar dentro de 90 minutos após a ativação”, explicou Agren.

“É possível que esse método seja usado em novas estratégias de tratamento que possam remover o medo com mais eficácia, mas antes isso precisa ser testado clinicamente para ver se um tratamento desses pode ser desenvolvido. Pesquisadores vão fazer experiências e responder a essas questões nos próximos anos”, completou o autor.
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