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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Em risco de extinção, gavião-real é foco de projeto de preservação, no AM

Espécie que habita as chamadas florestas intactas, o gavião-real ocupa o topo da cadeia alimentar e utiliza os recursos da fauna de forma equilibrada.

Espécie que habita as chamadas florestas intactas, o gavião-real ocupa o topo da cadeia alimentar e utiliza os recursos da fauna de forma equilibrada. Por isso, é o responsável pelo balanço de suas presas na natureza. Historicamente, a ave tem suas origens em regiões como o sul do México, América Central e nordeste da Argentina e Paraguai. Porém, em alguns locais, a espécie já está em extinção, como é o caso do Paraná.


Existente desde 1997, com a descoberta de um ninho em uma reserva florestal do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus, o Projeto Gavião-real visa a proteção da espécie e faz parte das atividades no Brasil do Programa de Conservação do Gavião-real (PCGR). “(A ave) é vítima muitas vezes da falta de conhecimento sobre a sua importância para as florestas e acaba sendo ferido; então, chega ao PCGR com capacidade de ser reabilitado e devolvido ao local onde foi resgatado. O objetivo das ações do projeto é a conservação desta ave garantida a partir da manutenção da árvore ninho e das florestas no entorno do sitio de nidificação (ação do animal de construir um ninho) do gavião-real nas florestas da Amazônia, da Mata Atlântica, locais onde o PCGR contabiliza em 2012, 85 ninhos mapeados e monitorados.”, aponta a bióloga Helena Aguiar, gerente do PCGR no país.

De acordo com Aguiar, que também é doutoranda do curso de Pós-Graduação em Ecologia do Inpa, o PCGR conta com o apoio de pesquisadores, estudantes, voluntários, zootecnistas, veterinários, instituições governamentais, não governamentais e privadas e até professores das zonas rurais. E como funcionam essas pesquisas? “O gavião-real e as demais aves de rapina estudadas têm seu comportamento reprodutivo, espécie de presas consumidas, estrutura da árvore onde se localiza seu ninho, área de vida e fatores de sobrevivência estudados”, destaca.

Com a conservação do gavião-real e das florestas no entorno do seu ninho, outras espécies da fauna e da flora também serão beneficiadas, ressalta a bióloga. “Por ser uma ave que utiliza e necessita de uma grande extensão de área de floresta para se reproduzir, o gavião-real é o que se chama de espécie guarda-chuva, favorecendo a proteção de outros animais que estão no nível trófico abaixo do seu. A ave não possui predadores naturais; infelizmente, as populações humanas é que estão contribuindo para a redução e, em alguns lugares, o desaparecimento do gavião-real e de outros grandes predadores como as onças”, acrescenta.

Entre os maiores riscos para a espécie, estão o desmatamento das florestas e a também extinção de indivíduos da natureza, ocasionada pela caça e matança. Segundo a bióloga, em algumas regiões da Amazônia ainda existe a “lenda” de que o gavião-real é uma ameaça aos animais domésticos. Todavia, estudos realizados por ela não registraram essas espécies nos vestígios coletados nos ninhos em estudo sobe o consumo da ave na região.

No cronograma do Inpa, o Projeto Gavião-Real e o PCGR contribuem com a geração, disseminação e popularização de conhecimentos científicos e favorece a capacitação de recursos humanos para o desenvolvimento e conservação da biodiversidade na região amazônica.

Sobre o gavião-real

Animal que chama a atenção por algumas de suas dimensões, como as garras (hálux) que podem atingir até 6 cm de comprimento, o gavião real tem envergadura de até 2,2m (medida de uma ponta a outra das asas) e peso, quando adulto, de 5,5 Kg (macho) e 8 Kg (fêmea). A altura máxima pode atingir até 1,05 m.

Alimentam-se de mamíferos de médio e pequeno porte, tais como preguiças, macacos, roedores e aves. “A espécie reproduz um filhote a cada 2,5 ou três anos, e este filhote permanecerá sob o cuidado dos pais por pelo menos dois anos, fato que a torna vulnerável a remoção de indivíduos da natureza. Em cativeiro, há registros de indivíduos vivendo até 51 anos, todavia na natureza ainda não temos esta informação”, revela a gerente do PCGR.

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