O meia Daniel Carvalho tem na ponta da língua os números da passagem pelo Palmeiras. Contratado do Atlético-MG no início do ano como parte do pagamento por Pierre, disputou 35 jogos – sendo 29 deles como titular. O número só não é maior graças a outro camisa 10: Valdivia. Sem chances de atuar ao lado do Mago com Felipão no clube, o meia espera que, com a nova comissão técnica, receba mais chances de mostrar serviço e convencer a diretoria de que merece ter o contrato, que se encerra em dezembro, renovado.
Adepto do esquema com três volantes, Scolari rechaçava a possibilidade de mandar a campo o time com dois armadores de características semelhantes. Com isso, as melhores sequências de Daniel no Verdão ocorreram quando Valdivia estava lesionado e impedido de atuar. Ele próprio também conviveu com problemas físicos e se recuperou recentemente de contratura na coxa esquerda. Contra a Ponte Preta, entrou no segundo tempo para ganhar ritmo.
– O momento do Palmeiras não é de se expor. Jogando eu e o Valdivia juntos, o time joga mais aberto. Na situação que estamos, não podemos ter essa ousadia. Temos que nos preocupar em não perder e não tomar gol. É normal manter um esquema mais cauteloso. Não vejo problema ter essa formação, é importante para o grupo. Mesmo ficando na reserva, estou na reserva para um ídolo do clube – disse Daniel Carvalho.
O momento do Palmeiras não é de se expor. Jogando eu e o Valdivia juntos, o time joga mais aberto. Na situação que estamos, não podemos ter essa ousadia"
Daniel Carvalho
Gilson Kleina não descarta, mas também não se anima com a possibilidade de usar o camisa 10 e o camisa 19 juntos. A grande chance, então, deve vir na disputa da Sul-Americana. Nesta terça-feira, às 21h45, contra o Millonarios, da Colômbia, Daniel pode até começar entre os titulares, já que a prioridade do Verdão é o clássico contra o São Paulo, no sábado, e alguns jogadores devem ser poupados. Valdivia e Tiago Real também estão relacionados, mas o primeiro pode começar no banco.
– Daniel Carvalho é muito inteligente, e vejo o Valdivia como um jogador de recurso ímpar também. Preciso trabalhar essa situação, alguém precisa fazer a cobertura. Futuramente, posso testar essa situação, desde que tenhamos uma contenção. Nesse momento, precisamos equilibrar. Não adianta só pensar na parte ofensiva ou defensiva. Vi nesses três volantes um equilíbrio, que marcam e que jogam – explicou o técnico Gilson Kleina.
Por enquanto, Daniel Carvalho inclui a permanência no Palmeiras como prioridade para a próxima temporada. No entanto, as eleições presidenciais no fim do ano e a possibilidade real de rebaixamento no Brasileiro complicam o planejamento do clube para 2013, ano de Libertadores e inauguração da Nova Arena. Mesmo que caia, Daniel quer ficar e pede que o clube analise a passagem dele como um todo antes de tomar uma decisão.
– Se eu fizer a porcaria de cair, vou querer subir. Não pensamos em Série B, seria injusto dizer que não jogaria se caísse. Mas é uma questão que envolve eleições, não é algo que seja normal. Se soubéssemos que o Tirone vai ficar, poderia facilitar. Poderia assinar pré-contrato, mas o Palmeiras tem a prioridade. Não tive iniciativa de procurar outros clubes, o que seria normal. O que acontecer depois, que seja melhor para mim e para o Palmeiras. Quero saber que saí do clube com amigos, deixando boa impressão – completou o meia.
