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Sábado, 20 de julho de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Estudo avalia os efeitos da radiação solar na camada mais externa da pele

Pesquisadores da Universidade Stanford, nos EUA, analisaram os efeitos da radiação solar sobre a camada mais externa da pele, chamada estrato córneo. Esse revestimento do corpo, formado basicamente por queratina, protege os tecidos mais internos contra lesões e infecções, além de manter a umidade e a textura da pele.


O trabalho, liderado por Reinhold Dauskardt, foi publicado na edição desta semana da revista "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS).

Os cientistas analisaram o resultado da exposição aos raios ultravioleta B (UVB) – que atingem apenas a camada mais superficial da pele, deixando-a vermelha – em cadáveres de mulheres brancas, entre 22 e 81 anos. Durante 60 dias seguidos de "bronzeamento", foram observados os tecidos do abdômen e das mamas, regiões do corpo tradicionalmente menos expostas ao longo da vida.

"Se os pesquisadores vissem a área do rosto, por exemplo, não saberiam se a alteração foi anterior ou não. Como essas são áreas preservadas, meio 'virgens', dá para avaliar o quanto o sol pode romper as ligações entre as células", explica a

A ideia dos autores era ver os prejuízos da radiação além dos já conhecidos danos relacionados ao DNA, ao envelhecimento e à incidência de câncer em quem toma sol demais sem proteção. Ao longo dos dois meses de trabalho, a firmeza da camada externa se manteve, mas foi vista uma grande redução na força de ligação (coesão) entre as células e na tensão necessária para fraturar o estrato córneo, além de mudanças estruturais na queratina e nos lipídios (gordura) presentes na superfície da pele.

O resultado sugere, segundo os cientistas, que os raios UVB afetam a nossa barreira de proteção natural, podendo levar a rachaduras, fissuras, inflamações, infecções, descamações e cicatrizes. A equipe acredita que a descoberta possa levar a um método quantitativo para determinar a eficácia de filtros solares contra os danos causados pela radiação ultravioleta.

Prós e contras do sol
Apesar de ser considerada perigosa, por favorecer o câncer de pele em humanos, a radiação solar UVB – em doses diárias adequadas, antes das 10h da manhã e depois das 16h – é essencial ao corpo para a produção de vitamina D, que se liga ao cálcio e previne doenças como a osteoporose.

Além dos raios UVB, existem os UVA, que são mais intensos, penetram profundamente na pele – na epiderme e na derme – e causam o bronzeado pós-praia ou piscina. Isso porque eles são responsáveis por pigmentar o corpo, mas também podem provocar manchas.

Um filtro com fator de proteção solar (FPS) acima de 15 protege contra os dois tipos de raios ultravioleta. Abaixo disso, pode barrar mais o UVB que o UVA.

"O papel do filtro é justamente este: evitar que a pessoa fique vermelha, mas volte para casa com a marca do biquíni ou da sunga, porque não existe bloqueio 100% contra os raios UVA. Com o protetor, o indivíduo pigmenta, mas é menos", explica a médica Márcia Purceli.

Segundo ela, os raios UVA são constantes o dia inteiro, mesmo em dias nublados, e ultrapassam o vidro de carros, as nuvens e as camadas de poluição. Já os UVB podem ser bloqueados pelas nuvens e outras barreiras físicas.

"Um não é mais perigoso que o outro, pois os dois podem provocar câncer, tanto o UVB, que dá a queimadura, quanto o UVA, que bronzeia. Além disso, quem se expõe a um acaba tomando o outro", diz a dermatologista.
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