Um estudo publicado nesta segunda-feira (29) nos Estados Unidos mostra que as proteínas ligadas à visão surgiram há cerca de 700 milhões de anos. A pesquisa pode ajudar na compreensão da origem da visão de todos os animais, incluindo os seres humanos.

O foco do estudo foi a opsina, uma proteína sensível à luz que é fundamental na visão. A equipe de Davide Pisani, da Universidade de Bristol, na Inglaterra, desenvolveu um modelo de computador e usou dados genéticos de várias linhagens animais para testar as hipóteses disponíveis sobre a origem dessas substâncias.
Entre as espécies incluídas, estavam as esponjas e os cnidários – como as águas-vivas – que são considerados, em geral, os primeiros animais a possuírem olhos.

O levantamento apontou para a existência de um ancestral da opsina moderna, e esse ancestral teria surgido há aproximadamente 700 milhões de anos. Inicialmente, essa proteína era “cega”, e mudanças genéticas ocorridas ao longo de 11 milhões de anos a tornaram sensível à luz.

Segundo os autores, a principal importância do estudo foi descobrir “a mais antiga origem da visão”, além de encontrar um ancestral único e comum para todos os animais.

O estudo traz ainda detalhes sobre a evolução dessa proteína ao longo dos milhões de anos. Os pesquisadores afirmaram que a opsina passou por menos alterações genéticas do que se imaginava anteriormente.

A origem da visão dos animais é uma área em que ainda há muitos debates científicos, pela falta de evidências consistentes sobre o mecanismo. A pesquisa foi publicada pela “PNAS”, revista científica da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.