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Domingo, 01 de setembro de 2024

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Suspeitos vão à reconstituição da morte de estudante degolada no ABC

A reconstituição da morte da universitária e promotora de eventos Lore de Santana Vaz, de 26 anos, começou por volta das 11h15 desta quinta-feira (8), com uma hora e meia de atraso, em São Caetano do Sul, na região do ABC Paulista. Os três suspeitos do crime acompanham a reconstituição, inclusive Allan dos Santos Peçanha, de 27 anos, ex-marido de Lore e apontado pela investigação da Polícia Civil como o mandante da morte dela.


A vítima foi encontrada degolada dentro do seu carro, em Santo André, no ABC, em 13 de setembro. Antes ela havia sido sequestrada por criminosos ao sair da faculdade, em São Caetano do Sul. O pescoço e orelha de Lore estavam cortados e os dentes foram quebrados.

Os peritos da Polícia Técnico-Científica iniciaram a reconstituição na Rua Martim Francisco, em São Caetano do Sul, na Rua da faculdade onde a vítima estudava, local onde seu carro estava parado. O auxiliar de limpeza Robert Pirovani Gama, de 21 anos, foi o primeiro suspeito a participar da simulação do crime. Ele foi até o um Chevrolet Kadett, carro que era conduzido pelo ex-marido, que está estacionado na Rua Maranhão, e sentou no banco do passageiro, para reproduzir o momento em que o carro onde a vítima estava (Fiat Uno) se encontra com o veículo dos suspeitos, conduzido pelo ex-marido.

Em seguida, o funileiro Raimundo Nonato Bezerra, de 32 anos, repetiu o mesmo percurso feito por Robert para mostrar sua ação no crime.

De acordo com o advogado Luis Eduardo Crusselli, Allan, o ex-marido, não vai contribuir com os peritos e nem deve descer do carro da polícia. Os peritos vão se basear em depoimentos para tentar reproduzir como ocorreu o homicídio.

O pai e outros familiares de Loren acompanham o trabalho dos peritos. "A família está triste. lembrar dela é um momento de alegria, mas relembrar o ocorrido é um momento de dor. A família está de luto novamente", disse o locutor Ari Vaz, de 41 anos, tio da vítima.

Segundo o advogado Ademar Gomes, defensor da família da vítima, o principal motivo da reconstituição é descobrir quem deu a facada e de quem é o material genético encontrado debaixo da unha da estudante.

Investigações
De acordo com o Setor de Investigações sobre Crimes de Homicídios da Delegacia Seccional de Santo André, no ABC, Allan pagou mais de R$ 2 mil para o funileiro Raimundo Nonato Bezerra, de 32 anos, e o auxiliar de limpeza Robert Pirovani Gama, de 21 anos, sequestrarem a estudante na saída da faculdade em São Caetano e matá-la. O motivo do crime, segundo a investigação, foi financeiro: Lore estava cobrando de Allan uma dívida de R$ 3 mil.

Imagens gravadas por câmeras de segurança divulgadas pela polícia mostraram o funileiro e o auxiliar saindo do carro da vítima. Em seguida, as cenas mostram os dois entrando num Chevrolet Kadett conduzido por Allan.

Os três foram presos temporariamente por decisão da juíza Milena Dias, após testemunhas os reconhecerem nas imagens. Em seus interrogatórios, os três também confessaram participação no crime. Apesar de os depoimentos apontarem que Allan os contratou, alegaram que o combinado seria sequestrar Lore para dar um “susto” nela, e não matá-la.

Duas facas foram usadas no crime. Mesmo assim, nenhum dos envolvidos assumiu ter dado os golpes que mataram a vítima. Raimundo e Robert, que abordaram a vítima no veículo dela, trocaram acusações sobre quem a degolou.

A defesa de Allan alega que o ex-marido da vítima só confessou sua participação no crime porque durante seu interrogatório foi ouvido sem a presença de seus advogados, sendo coagido psicologicamente e intimidado e pressionado pelos policiais civis.

Procurados, o Setor de Homicídios e a promotora Daniela Hashimoto, do Ministério Público, negaram que o suspeito tenha sofrido qualquer coação nas quase duas horas em que foi ouvido na presença deles.
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