A presidente Cristina Kirchner anunciou nesta quinta-feira (4) um empréstimo de US$ 70 milhões para a ampliação das operações e para a fabricação de um novo modelo na filial argentina da montadora General Motors (GM), que entrou em processo de concordata nos Estados Unidos.

"É importante sustentar essa atividade econômica que vai permitir a manutenção dos empregos também do setor de autopeças. Uma das condições que colocamos para conceder o empréstimo é que todas as peças sejam de origem argentina", ressaltou Cristina, em discurso na unidade da GM em Rosario, na província de Santa Fe.

O presidente da montadora, o brasileiro Edgar Lourencon, afirmou que o apoio do governo argentino foi decisivo para fabricar o novo modelo na unidade. Segundo Lourencon, além dos 2.200 empregos diretos, a GM possui outros 1.000 indiretos e todos serão preservados. "Ainda não sabemos como o novo modelo vai se chamar, mas sabemos que sua produção vai estar plena no último trimestre deste ano, pronto para ser lançado em 2010."

A estatal Administração de Segurança Social (ANSES) aportará os recursos para a operação, na esteira de um programa de ajuda financeira que inclui também as filiais argentinas da francesa Peugeot-Citroën e da alemã Mercedes Benz, todas gravemente afetadas pela crise mundial.

O setor automotivo foi um dos vetores do espetacular crescimento econômico da Argentina entre 2003 e 2007 (em torno de 9% anual), mas a produção de veículos registrou um brusco retrocesso desde o último trimestre de 2008 em consequência da crise mundial, que derrubou as exportações.

Em 2008, no entanto, a produção alcançou um recorde histórico de 597.086 unidades.

Nos primeiros cinco meses de 2009, no entanto, a indústria acumulou uma queda de 35,5% na comparação interanual, segundo números da Associação de Fabricantes de Automotores da Argentina (Adefa).

No caso da GM, a fábrica local produziu 18.655 vehículos entre janeiro e abril deste ano, contra 40.146 no mesmo período de 2008.