Vaiado pela torcida, Souza responde com dois gols na vitória do Grêmio diante do NáuticoA boa campanha do Náutico na largada do Campeonato Brasileiro foi congelada pelo Grêmio e pelo frio gaúcho na noite desta quinta-feira, no estádio Olímpico. Com temperatura inferior a 10º C, o time tricolor não teve grande atuação, mas conseguiu superar o oponente pernambucano por 3 a 0 - gols de Souza, duas vezes, e Maxi López.
As duas equipes tiveram boas oportunidades na partida. A diferença é que o Grêmio soube aproveitar duas delas. O Náutico, pouco ofensivo, mais circulou pelo ataque do que ameaçou o gol defendido por Marcelo Grohe.
Com o resultado, o Grêmio pula para o sexto lugar na abertura da rodada, com sete pontos. O Timbu, estacionado nos oito, caiu para o quinto lugar, deixando a zona de classificação à Libertadores - o Santos, que empatou em 3 a 3 com o Santo André, entrou no G-4. As duas equipes voltam a jogar dentro de dez dias, no domingo da outra semana - Tricolor visita o Fluminense no Rio de Janeiro, e o Náutico encara o Atlético-MG em Belo Horizonte.
Torcida vaia, Souza cala
Dizem que não se elogia goleiro, zagueiro e juiz antes de o jogo acabar. Por via das dúvidas, também é melhor não vaiar jogador bom, porque a língua pode acabar queimada logo, logo. Foi o que aconteceu na relação entre Souza e a torcida do Grêmio no primeiro tempo. Vaiado a cada erro, o jogador marcou o primeiro gol tricolor, aos 37 minutos e, ao comemorar, levou a mão à orelha, como quem queria saber onde estavam os apupos.
O gol de Souza teve assinatura dupla, porque não existiria sem Alex Mineiro. O atacante dominou na beirada da área e deu uma cavadinha de talento, com o pé por baixo da bola, deixando Souza livre, mas em posição de impedimento, para tocar na saída do goleiro Eduardo e calar as vaias saídas das arquibancadas.
A bronca da torcida tricolor até a hora do gol não foi gratuita. O Grêmio jogou mal no primeiro tempo. Em boa parte do período foi dominado pelo Náutico, que saiu rápido para o ataque, com toques envolventes - porém, sem a contundência necessária para fazer o gol. Ailton, aos seis minutos, quase marcou. O chute saiu forte, completando boa trama ofensiva, mas Marcelo Grohe espalmou bem. Gilmar, aos 19, também teve boa oportunidade para o Timbu. A conclusão, de primeira, passou por cima do gol tricolor.
O time de Waldemar Lemos conseguiu segurar o adversário especialmente em sua zona de criação. Tcheco e Souza não souberam encaixar a bola para Maxi López, que voltou a ver cruzamentos de tudo que é lado, geralmente tortos. Mesmo assim, surgiram chances para o Tricolor. Souza, de cabeça, Tcheco, em chute fraco, e Ruy, em batida cruzada, para fora, quase balançaram a rede de Eduardo.
Grêmio mata o jogo com mais dois gols
O segundo tempo começou com mais oportunidades do que a etapa inicial. E para os dois times. Com dois minutos, o Náutico quase empatou. Gilmar, melhor figura pernambucana em campo, partiu em disparada pela direita e cruzou para Carlinhos Bala na área. O atacante concluiu de primeira, mas para fora.
No minuto seguinte, Réver, de cabeça, perdeu o gol quase em cima da linha. O cruzamento foi de Souza, que depois teve boa chance de marcar ao arriscar da entrada da área. A bola foi pela linha de fundo. O meia gremista superou as vaias e cresceu na etapa final, com roubadas de bola, lançamentos e boa articulação. O Náutico apostou em Gilmar, que virou quase um ponteiro pela direita, recebendo passes em profundidade dos meias.
O grande defeito do Grêmio no jogo foi a dificuldade em acertar um cruzamento, seja com Ruy, seja com Fábio Santos. A situação mudou de figura com a entrada de Joilson. O jogador apareceu na direita e mandou na cabeça de Maxi López aos 22 minutos. O cabeceio de "La Barbie" foi certeiro. A bola beijou a trave direita de Eduardo antes de entrar. O gol do argentino tranquilizou time e torcida, que ainda comemorariam mais um gol.
Foi novamente de Souza, aos 36 minutos. E novamente em passe de Alex Mineiro, após falha de Gladstone. O meia apareceu na boa para desviar de Eduardo e dar números finais à partida. Aí foi só os gremistas irem para casa curtir o frio embaixo dos cobertores, com o conforto de quem somou três pontos - e nem mesmo a desnecessária expulsão de Joílson, ao interromper um ataque adversário já nos acréscimos, desanimou os tricolores, principalmente aqueles que fazem a festa na "geral" do Olímpico. Ao Náutico, resta reaquecer uma campanha esfriada nesta quinta-feira.