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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Scolari diz que Seleção não é formadora e leva preocupação à base

Em entrevista exclusiva ao Terra, Luiz Felipe Scolari, treinador da Seleção Brasileira, minimizou o papel da CBF no que diz respeito às categorias de base e o processo formativo de jogadores no País. Para ele, “não somos formadores de atletas”, disse em relação à Confederação presidida por José Maria Marin. As palavras de Felipão, especialmente somadas às atitudes de Marin sobre o tema, acendem um verdadeiro alerta para o futebol brasileiro. Veja o que disse Scolari ao Terra:


“Nós da Seleção Brasileira não somos formadores de atletas da base. Nós pegamos os atletas formados nos clubes e ficamos com eles lá treinando para campeonatos por uma semana, 15 dias. Os grandes formadores são os clubes, não a Seleção Brasileira”, disse Felipão, inicialmente, ao ser questionado a respeito da falta de um novo coordenador e treinadores para os lugares de Ney Franco e Marquinhos Santos, que deixaram a CBF em julho e agosto, respectivamente. E falou mais em seguida.

“Nós vamos trabalhar e nos dedicarmos à Seleção Brasileira principal porque não adianta pensarmos nas categorias de base e deixarmos o campeonato de 2014. Temos que jogar a vida e a morte no campeonato de 2014, temos que nos dedicar. Isso (base) está sendo falado entre o Parreira e a direção. Já sobre troca de treinadores, não envolve a mim e ao Parreira, é coisa da direção e estão estudando. Mas a Seleção não é formadora, ela recebe os jogadores formados e põe para jogar em campeonatos”.

Com suas palavras, o treinador da Seleção Brasileira parece minimizar, ou desconhecer, aquele que deve ser o papel de uma confederação nacional. Especialmente em definir políticas para o desenvolvimento da formação de jogadores, seja na área estrutural, técnica ou mesmo de mercado. Em aproximadamente um ano e meio na função, indicado por Mano Menezes, o ex-coordenador Ney Franco teve ações fundamentais que Felipão, aparentemente, dá pouca importância.

A principal delas se deu em seminário entre os coordenadores da base de 40 clubes brasileiros, o que regulou o mercado de transferências de jogadores abaixo dos 16 anos (ver link no fim do texto). Junto à direção da CBF, Ney e Mano conseguiram com que os treinadores da base fossem contratados, o que ampliou as possibilidades de observação em competições. Nesse sentido, inclusive, estimulou o trabalho das regiões Norte e Nordeste. Criou, ainda, a Copa do Brasil Sub-20, e alterou os limites de idade para a Copa São Paulo e a Taça Belo Horizonte.

Seleções mais competentes dos últimos anos, Alemanha e Espanha obtiveram resultados importantes a partir de trabalhos nas categorias de base e que tiveram, justamente, a confederação nacional como agente central do processo. A realidade é muito próxima à do Uruguai, quarto colocado na última Copa do Mundo e atual campeão da Copa América. Sem coordenador desde julho e com sobrecarga aos poucos profissionais que têm, como o atual treinador Emerson Ávila, a gestão Marin é um desalento tremendo para a formação. Atitudes que encontram eco no discurso de Felipão.
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