Paulo Nobre assume o comando da Sociedade Esportiva Palmeiras ciente dos problemas que irá enfrentar nos próximos dois anos de seu mandato. De cara, ele terá uma surpresa altamente negativa: o orçamento de 2013 já está bastante comprometido.

Nos bastidores, especula-se que o Verdão tenha uma dívida de cerca de R$ 160 milhões. Para a temporada que começou no último domingo, com o empate sem gols com o Bragantino, pelo Campeonato Paulista, o novo mandatário teria aproximadamente R$ 158 milhões à disposição, isso contando verbas de patrócínio, acordos de TV e cotas de participação de campeonatos.

O problema é que, segundo o GLOBOESPORTE.COM apurou com pessoas ligadas ao departamento financeiro, o ex-presidente Arnaldo Tirone já gastou praticamente metade disso: R$ 75 milhões.

O clube deve direitos de imagem a alguns atleta. Marcos Assunção, que não teve seu contrato renovado, ainda tem valores a receber. Para evitar que a crise se agrave, Nobre garante que irá reestruturar e profissionalizar o clube, sem que o futebol sofra com dentro de campo.

- Com certeza absoluta vai ser um biênio de recessão. O Palmeiras atravessa problemas financeiros. Mas não podemos esquecer coisas. Precisamos cortar custos e avaliar o que tem de ser cortado. Em segundo, não podemos esquecer que o carro-chefe é o futebol, que não pode em hipótese alguma será relegado a segundo plano. O maior patrimônio é a torcida e vamos montar um time competitivo - disse.



Paulo Nobre, presidente do Palmeiras (Foto: Marcos Ribolli / globoesporte.com)Paulo Nobre, novo presidente do Palmeiras (Foto: Marcos Ribolli / globoesporte.com)

- O tamanho do buraco só vou saber a partir dessa semana. Escuto falar muita coisa, mas é preciso chegar lá e ver. Sei que o buraco não é pequeno - completou.

Com o Palmeiras rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro pela segunda vez nos últimos dez anos, Paulo Nobre cobra uma nova mentalidade na administração do futebol alviverde para que a torcida possa voltar a sonhar com grandes conquistas.

- Um clube estruturado disputa títulos. O Palmeiras é um barco à deriva, que sem planejamento nenhum parou numa praia paradisíaca que era a Copa do Brasil. Precisamos ter estrutura. O Palmeiras nunca pode mais começar uma competição perguntando se vai cair. Tem de perguntar se vai ganhar de novo. Por isso é preciso profissionalizar e modernizar o futebol. Sou a favor de ousadia, mas com responsabilidade - afirmou, em entrevista coletiva.

Visto como grande parte da torcida palmeirense como possibilidade de mudança na política do Verdão, principalmente por causa da sua idade (44 anos).

- Eu diria ao torcedor que salvador da pátria não existe. Quando entrou o professor Belluzzo, todo mundo colocou muito mais pressão do que ele merecia. Não existe mágico. Existe gente séria que vai trabalhar. Não tem varinha de condão que você bate e monta o elenco

- Sou palmeirense desde que me conheço por gente. Tenho trabalho político há 16 anos e a ficha ainda não caiu. Vai acontecer com o tempo. É preciso ter muito sangue frio para conter o torcedor que existe dentro de você. Vai ser a tônica da gestão - completou.