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Sábado, 20 de julho de 2024

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Macacos fiéis se reproduzem mais que os promíscuos, aponta estudo

A fidelidade entre os casais de macacos-coruja tem se mostrado uma vantagem reprodutiva em relação aos animais da espécie que têm múltiplos parceiros, aponta um novo estudo feito pela Universidade...

A fidelidade entre os casais de macacos-coruja tem se mostrado uma vantagem reprodutiva em relação aos animais da espécie que têm múltiplos parceiros, aponta um novo estudo feito pela Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.


Em uma década, os primatas que se mantiveram monogâmicos – ou seja, com apenas um parceiro sexual – foram capazes de gerar até 25% mais filhotes do que aqueles com dois ou mais companheiros.

As razões biológicas e ecológicas que levam a isso ainda não estão totalmente claras, mas os autores sugerem que, ao conhecer um novo parceiro, leva-se um tempo para avaliá-lo e confiar nele antes da reprodução. Além disso, as fêmeas só ficam férteis entre os meses de março e maio. Quando essa situação se repete constantemente, o deficit de filhotes só aumenta.

A descoberta da equipe liderada pelos cientistas Eduardo Fernandez-Duque e Maren Huck, publicada esta semana na revista "PLoS ONE", tenta explicar como a monogamia e os vínculos entre os pares – formação social relativamente rara entre os mamíferos – podem beneficiar determinados animais, e de que forma as relações humanas evoluíram.

Segundo Fernandez-Duque, o macho que fica com apenas uma fêmea – considerando que ela também seja fiel – tem mais certeza sobre a paternidade da cria, e aí investe mais nos cuidados com seus descendentes. Já as fêmeas com parceiros fixos podem compartilhar as tarefas diárias, o que ajuda a reduzir o impacto já causado pela gravidez e pela amamentação.

Desde 1997, os pesquisadores têm monitorado uma população de macacos-coruja em uma região do Chaco argentino. Eles coletaram informações demográficas, comportamentais, fisiológicas e até de brigas e substituições de parceiros.

Ao todo, foram acompanhados 18 grupos com 154 animais – um estudo colaborativo de Fernandez-Duque também analisou macacos-parauacu e macacos titis (do gênero Callicebus) no Equador.

Em geral, cada grupo de macaco-coruja reunia o macho, a fêmea e seus filhotes, que se dispersavam dos pais quando atingiam a idade de 3 ou 4 anos. Ao longo desses 16 anos, os cientistas observaram 27 trocas de fêmeas e 23 de machos, algumas com lutas dramáticas que terminaram na morte do indivíduo "traído".

"Há um consenso entre os antropólogos de que os vínculos entre casais desempenharam um importante papel na origem das sociedades humanas", disse Fernandez-Duque. "Chame isso de amor, de amizade, de casamento, há algo em nossa biologia que leva a esse laço duradouro e emocional entre duas pessoas, algo que se generalizou entre as sociedades."
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