Depois de reclamar no Twitter de atos racistas da torcida do Real Madrid no empate em 1 a 1 na quarta-feira, o lateral-direito brasileiro Daniel Alves voltou a falar sobre o assunto nesta quinta, em entrevista coletiva. Indignado, o jogador lamentou a postura dos torcedores e afirmou que, enquanto não forem tomadas medidas duras, a luta contra o racismo já está perdida.

Ao contrário do meia Kevin Boateng, que abandonou um amistoso do Milan contra o Pro Patria no início do ano após ser ofendido por torcedores, Daniel Alves afirmou que não pensou em deixar o gramado.

- Não pensei em sair de campo, mas isto é desagradável. Não é somente no Santiago Bernabéu. Normalmente vivo esta situação em todos os estádios que vou. Infelizmente, é uma guerra perdida até que se tomem medidas mais drásticas. Estou há 10 anos aqui na Espanha, e desde o primeiro ano acontecem estas coisas – declarou o brasileiro.

A revolta de Daniel Alves não se limitou apenas às ofensas que recebeu da torcida. Outra queixa do jogador foi a atuação do árbitro, que, segundo ele, permitiu entradas violentas dos jogadores do Real.

- Os que controlam o jogo têm de ter personalidade. Já sabemos como acontece, não há nada a fazer neste aspecto. A gente fala, fala...Sigo sem entender que a jogada de Cristiano Ronaldo não seja um cartão amarelo. Se fosse comigo teriam me dado um cartão vermelho e meio. Mas, se o expulsam, o jogo de volta não tem sentido, porque não haveria duelo com Messi – disse o jogador, que ironizou o clima com os jogadores merengues.

- O ambiente com o Real só é tranquilo quando eles ganham.

Sobre a partida, o lateral do Barcelona aprovou a atuação da equipe, mas lamentou o empate. Ainda assim, ele acredita que os catalães têm boas chances de assegurar a classificação na partida de volta.

- Tivemos muitas chances de gol. Se tivéssemos acertado mais, teríamos voltado com um resultado mais confortável. Tudo se decidirá na volta. Estamos chateados porque merecemos ganhar e sair de lá com um resultado melhor – finalizou.