Com 1m85, Nico Hulkenberg foge ao padrão dos pilotos da Fórmula 1, que geralmente são mais baixos e cabem com mais facilidade nos apertados cockpits dos carros. Estreando este ano na Sauber após deixar a Force India, o alemão admite que a altura já lhe causa problemas na nova equipe. O primeiro sintoma foi detectado durante os testes de pré-temporada, realizados na semana passada em Jerez de la Frontera: os pés de Nico não cabem no modelo C32, e isso impede que ele acione adequadamente os pedais, especialmente o do freio.

Em entrevista ao jornal alemão “Bild”, o piloto admitiu que precisou fazer uma adaptação de emergência em sua indumentária de competição durante seus dois dias de treinos no circuito espanhol.

- Meus dedos tocam a parte de cima do cockpit sempre que aciono os pedais. Nosso truque foi raspar a parte emborrachada da sapatilha na altura dos calcanhares. Isto nos deu algum espaço – confessou o alemão, que calça 43.

A Sauber informou que não há como reconstruir o cockpit para dar mais conforto a seu piloto, já que a célula de sobrevivência é feita com muita antecedência, passando pelos rigorosos testes de impacto da Federação Internacional de Automobilismo. Desta forma, Hulkenberg terá mesmo que se adaptar ao longo da temporada.

Nico não é o primeiro a viver este tipo de situação. Em 2001, quando foi companheiro de Fernando Alonso na Minardi, o brasileiro Tarso Marques também teve que raspar as pontas das sapatilhas para encaixar os pés no estreito cockpit construído pela equipe. Em 1995, o já veterano Nigel Mansell ficou de fora de duas corridas na McLaren, alegando não caber no carro. Nos dois únicos GPs que disputou, ficou bem longe da zona de pontuação, antes de ser dispensado pela equipe.