Líderes comunitários, políticos, representantes de entidades e moradores realizaram uma manifestação na manhã desta segunda-feira (18) na BR 364, altura da ponte do bairro Vila Mamed, em Rondonópolis, para fazer mais um apelo pela conclusão da obra da Travessia Urbana.
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No local - que está sendo construído um túnel - foram expostos um caixão e 15 cruzes para simbolizar o número de mortes no trecho, sendo a maioria por atropelamento. O idealizador do protesto, Ailton Ferreira da Silva, lembrou com tristeza os amigos que já perderam a vida ali. “Essa passagem interna que esta em construção era para gerar segurança, no entanto virou uma tenda de morte”, desabafou.
O líder comunitário explicou que o ato tem o objetivo de sensibilizar em especial a classe política para buscar explicações da demora da obra e pressionar responsáveis para a conclusão. “Nós precisamos de apoio, de prazo, de explicações. Queremos saber o que está acontecendo, para onde foi esse dinheiro? O que falta para terminar essa obra?”, questionou. Ele afirmou ainda que se não houver uma posição sobre a situação da obra, em um próximo protesto, as entradas para a cidade serão trancadas.
Representando o segmento da logística no protesto, o diretor executivo da Associação dos Transportadores de Cargas de Mato Grosso (ATC-MT), Miguel Mendes, falou sobre os prejuízos para a classe. De acordo com ele, além das vidas que se perdem na rodovia, as interdições refletem diretamente no bolso dos caminhoneiros e seus patrões.
“Com o “estrangulamento” das BRs as carretas perdem mais tempo para fazer o trajeto e com isso, produtividade. Isso significa um menor salário para o motorista e um baixo faturamento para o empresário. Sem contar os custos com manutenção, porque a lentidão do tráfego obriga os veículos acionarem marcha pesada e isso consome mais combustível, por exemplo,”, explicou. Em recente reportagem, o Olhar Direto apontou demora de até uma hora para percorrer 5 km do trecho.
Para Mendes já não se pode admitir mais a extensão de prazo para conclusão da obra, pois a mesma esta acarretando muitos transtornos. “Ou se toma postura para resolver o problema e concluir ou deve-se dispensar a empreiteira que foi contratada. Algo tem que ser feito logo”, expôs.
Também presente no ato, o presidente do Movimento Pró-Rodovia, Elmo Bertinetti, exaltou o ato e falou da dificuldade que é reunir o povo para uma luta desse caráter. “Este é o primeiro ato popular que vejo sobre a Travessia Urbana e ainda assim com pouca gente. É muito importante o engajamento da população para cobrar agilidade nesse sentido. O rondonopolitano é muito apático, aceita a maioria das coisas sem manifestar”, disse.
Travessia Urbana – A obra do túnel que ligará um bairro ao outro faz parte do projeto da Travessia Urbana, licitado em 2008 e iniciada em 2009. O plano prevê a reabilitação do pavimento e adequação da capacidade do trecho que sai da região do córrego Lourencinho até o posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), já fora da cidade.
No ano passado (2012), foram identificadas irregularidades na execução das obras que fizeram que os serviços fossem paralisados temporariamente. Sem ainda o devido esclarecimento, as obras voltaram no segundo semestre e perduram até hoje.
