Quatro jogos incompletos não são suficientes para um estrangeiro recém-contratado se adaptar ao novo clube, companheiros até então desconhecidos e jeito diferente de jogar. Porém, a realidade do futebol é única. O hoje é ontem. A cobrança não espera. Trata de apressar os fatos. Vargas vive situação parecida no Grêmio. Na sua quinta partida, crucial ao time na Libertadores, fora de casa, após derrota na estreia, o atacante tem a chance de, ao marcar seu primeiro gol, ajudar na recuperação. Sorte a dele que o duelo com o Fluminense, no qual o chileno é a esperança, será no Engenhão. Palco de uma história na qual foi o vilão do Flamengo.

Era 19 de outubro de 2011. Sul-Americana, a competição. Jogo de ida das oitavas de final. O Fla, comandado por Vanderlei Luxemburgo, entrou em campo pensando em construir vantagem para decidir no Chile. Que nada. Caiu de 4 a 0. Dois gols, marcados por Vargas.

- Fiz tudo aquilo contra o time do Luxemburgo... – recorda quase envergonhado por contrariar o atual chefe.

Teve mais. Se passou em branco na partida de volta, Vargas acabaria o torneio campeão e artilheiro, com 11 gols. Tal desempenho o levou ao Napoli na temporada seguinte e fez o Grêmio contratá-lo em 2013. Precisa começar a recuperá-lo até porque a mesma relação, feita na época da LDU, adversário no qual marcou em circunstâncias parecidas, não se repetiu.

Vargas buscou inspiração no reconhecimento ao gramado do Engenhão e no treino da véspera da partida. Ele ainda não sabe quem terá como companheiro, porém, se diz indiferente à escolha do treinador. Barcos, que se apresentou na terça, pode dar lugar a Welliton.

- Eu me acostumo com qualquer jogador. O técnico decide, o jogador cumpre as determinações dele. O importante é que o grupo está bem, concentrado em fazer um bom jogo – comentou o camisa 8.

A partida começa às 22h. O Grêmio é o terceiro, o Flu o segundo no Grupo 8.