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Segunda-feira, 06 de maio de 2024

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Obras contribuem para descoberta de sítios arqueológicos de MT; fotos

Foto: Priscilla Silva - Olhar Direto

Obras contribuem para descoberta de sítios arqueológicos de MT; fotos
Muito da história de Cuiabá poderia ser descoberta se em cada obra que necessitasse de grandes escavações tivesse o trabalho de um arqueólogo. Esse é a alegação da única arqueóloga em atuação em Mato Grosso, Suzana Hirooka, que hoje é a responsável pelo Museu de Pré-História Casa Dom Aquino. Durante entrevista concedida ao site Olhar Direto, a pesquisadora destacou a falta de identidade cultural, a falta de investimentos para a criação de sítios arqueólogos e a degradação do solo ocasionada pela política de consumo.


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Para Suzana, os grandes eventos como a Copa de 2014 é a oportunidade de que cidades como Cuiabá, resgatem e preservem sua história. “Nesse momento da copa, em que ocorrem várias escavações, existe o trabalho da arqueologia que poderia estar levantando o início da história. Sejam estradas, hidrelétricas, condomínios, tudo que movimentar solos tem que fazer serviço de arqueologia, mas falta-se mão de obra o ideal era que cada sítio cada município tivesse um arqueólogo”. 

Apesar da importância desse profissional, o Estado não possui mão de obra qualificada atuando. Segundo Suzana, “Mato Grosso conta com apenas seis profissionais e apenas um em atividade”. Atualmente o Estado conta com aproximadamente 600 sítios arqueológicos registrados no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), “porém com a extensão do Estado poderia existir mais”, afirma Suzana.

O Museu de Pré-História Casa Dom Aquino foi inaugurado em 2006 e desde então é o único espaço adequado para armazenar o material que conta um pouco da vida antes mesmo da criação de Cuiabá.

Outro ponto que a pesquisadora destacou é quanto a falta da identidade cultural no Brasil, ela reafirma que história não tem início há 500 anos atrás, mas sim a mais de 25 mil anos, quando ainda se vivia em equilíbrio com o meio ambiente. Suzana também levou em consideração a contaminação do solo ocasionada pelo uso de agrotóxicos e de suas consequências ao longo dos anos. “A maneira como vivemos hoje, provavelmente não sobreviveríamos por mil anos. Os agrotóxicos, por exemplo, fala-se de pesquisas que no decorre do tempo esses resíduos desaparecem, mas o certo é que ninguém sabe o que isso ocasiona ao longo de 100 anos ou mais”.

Ela completa sua linha de pensamento com alertando que mudanças dramáticas sempre fizeram parte do ciclo de vida na terra e que uma terceira está por vir. “A alteração do meio ambiente foi o que ocasionou as grandes mudanças na vida do passado, as grandes extinções vieram por conta da alteração do meio ambiente, temos ai a extinção dos dinossauros e da mega fauna, que era da preguiça gigante, foram grandes mudanças que extinguiram os animais. Hoje estamos novamente prestes a entrar nesse ciclo natural da vida e são evidentes as mudanças ambientais, climáticas, na qualidade da água e da vida. Hoje se valoriza muito o consumo, são indústria e fábrica que degradam todos os recursos naturais”, alertou a pesquisadora.

Segundo Suzana, o estudo e a preservação do material arqueológico agregam valores ao município. “A importância de o município ter os sítios que irá coletar e salvaguardar esse patrimônio que é da união e isso agrega valor ao município que tenho conhecimento da sua pré- história e com isso dá-se uma identidade cultural a essa população. Cidades como Primavera, Sorriso, Campo Verde não pode achar que eles têm 20 ou 30 anos, pois existe uma história que vem lá de trás”, lembrou.

Atualmente, nem mesmo a capital de Mato Grosso conta com a presença de arqueólogo e em todo Estado não existe nenhum curso voltado para a formação desses profissionais. “Quando se conhece a história você consegue entender o presente e planejar o futuro. Se hoje você tem o Cerrado encima de um solo que é mais pobre isso tem uma história e não vem a partir de 20 ou 30 anos”, finalizou.

A casa 

A Casa Dom Aquino é um Patrimônio Histórico do Estado de Mato Grosso construído em 1842 e foi local de nascimento de duas pessoas ilustres de Mato Grosso, Joaquim Murtinho e Dom Aquino Corrêa. Atualemnte ela abriga o Museu de Pré-história Casa Dom Aquino que foi inaugurado em dezembro de 2006, através de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Cultura (SEC) e o Instituto Ecossistemas e Populações Tradicionais (ECOSS).
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