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Sábado, 20 de julho de 2024

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"Pibinho" de 0,9% em 2012 coloca cargo de ministro Guido Mantega em xeque

O governo federal não admite publicamente, mas a permanência do ministro da Fazenda Guido Mantega está ameaçada. E segundo fontes do Palácio do Planalto, em Brasília, o ministro corre o risco de demissão devido ao desempenho pífio da economia os últimos meses.


A gota d’água foi a divulgação nesta sexta-feira (1.3) do resultado do Produto Interno Bruto (PIB), que encerrou o ano de 2012 com um crescimento de 0,9% em relação a 2011.

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Segundo calculos divulgados pelo próprio ministro com base em levantamento do IBGE, durante entrevista coletiva concedida, em Brasília, a economia do país apresentou variação positiva de 0,6% na comparação do quarto trimestre de 2012 contra o terceiro trimestre do ano, levando-se em consideração a série com ajuste sazonal.

Na comparação com igual período de 2011, houve aumento do PIB de 1,4% no último trimestre do ano. Em valores correntes, o PIB no quarto trimestre de 2012 alcançou R$ 1.169,3 bilhões, sendo R$ 995,6 bilhões referentes ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos e R$ 173,7 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.

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No acumulado do ano, o PIB em valores correntes totalizou R$ 4.402,5 bilhões, dos quais R$ 3.740,8 bilhões se referem ao VA a preços básicos e R$ 661,8 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.

A Agropecuária foi a grande decepção em nível nacional no último trimestre do ano, com queda de 5,2%. O setor de Serviços foi o destaque positivo do trimestre, com crescimento de 1,1%. A Indústria, por sua vez, apresentou variação positiva de 0,4%.

Segundo o IBGE, a redução em volume do Valor Adicionado da Agropecuária no ano de 2012 (-2,3%) decorreu do fraco desempenho da pecuária e, principalmente, do fato de que várias culturas importantes da lavoura brasileira apresentaram queda de produção anual e perda de produtividade (com exceção do milho e do café, que registraram crescimento anual de produção de 27,0% e 15,2%, respectivamente).

Entre os produtos da lavoura que tiveram variação negativa na produção anual, destacam-se: trigo (-23,3%), feijão (-19,3%), fumo (-15,6%), arroz (-15,4%), soja (-12,3%), cana (-5,6%), laranja (-4,3%), mandioca (-4,0%) e algodão (-1,8%)4. Por outro lado, as estimativas para a silvicultura e exploração florestal apontaram um bom desempenho no ano de 2012.

No que se refere ao setor externo, tanto as Exportações quanto as Importações de Bens e Serviços se expandiram: 4,5% e 8,1%, respectivamente.

Para reverter o quadro, o governo deve fazer novas desonerações tributárias este ano. Guido Mantega, porém, não vê necessidade de estímulos adicionais para impulsionar o crescimento da economia para entre 3 e 4 por cento em 2013, além das já adotadas no ano passado.

"A política anticíclica vai continuar enquanto tiver necessidade de impulsionar a economia, mas não significa que tomaremos novas medidas. As medidas que tomamos são suficientes", afirmou o ministro em entrevista coletiva para comentar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado.

"O que faremos é mais reduções de impostos, porque é uma permanente deste governo, a cada ano vamos continuar reduzindo impostos."

Especulações a parte, o certo é que a presidente Dilma Rousseff, candidatada à reeleição, percebeu que o fracasso recente da política econômica pode virar munição para adversários como Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB).

Por conta do resultado do PIB do terceiro trimestre, publicações internacionais, como a revista britânica "The Economist", criticaram o ministro e chegaram a sugerir sua demissão.
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