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Quinta-feira, 09 de maio de 2024

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DENUNCIA

Estudante de direito denuncia PM por agressão e perseguição em bairro

Foto: Iluatração/Reprodução

Estudante de direito denuncia PM por agressão e perseguição em bairro
O estudante de direito Robson Araújo de Oliveira, de 30 anos, denunciou à Corregedoria da Polícia Militar um policial que, segundo ele, vem abusando da autoridade e o tem humilhado e agredido diariamente. Em entrevista exclusiva ao Olhar Direto, o universitário afirma que desde meados de outubro do ano passado vêm sendo alvo de espancamento e ameaças de um Militar que está lotado na Cia do bairro Jardim Glória, que pertence ao 4º Batalhão em Várzea Grande.


De acordo com relatos do estudante, o policial identificado apenas como soldado Botelho pratica de forma irregular suas abordagens no bairro Jardim Alah. “Várias vezes ele me bateu, eu nunca refutei os seus pedidos de parada, mas ele atua de forma irregular. Na primeira vez, ele me revistou e se esfregou em mim, eu perguntei por que ele tava fazendo aquilo e ele me respondeu perguntando se eu estava devendo alguma coisa para a Polícia. Quando respondi que não, já fui surpreendido com um soco na barriga e vários tapas, além dos xingamentos”, disse o estudante.
 
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Na última semana do mês de fevereiro o caso ficou pior. As perseguições que começaram em 2012 deram lugar a uma tentativa de homicídio na própria residência do estudante. Após voltar do serviço, Robson estava em casa com sua esposa quando o Botelho chegou a efetuar disparos contra sua residência.

“Eu estava na sala assistindo alguns vídeos com minha esposa, quando de repente ouvimos um barulho na frente de casa. Minha mulher foi olhar o que era e se deparou vários tiros disparados dentro do quintal da minha casa. Quando a sombra dela apareceu na porta, o Botelho atirou por cinco vezes, sorte que minha esposa não foi atingida, mas acho que ele queria mesmo era só dar um susto”, relembra.

“Meus vizinhos gritaram que era o Policial Botelho que estava em minha casa sem farda, mas com o colete a prova de balas por baixo da camisa. Após o caso chamei a PM, que comprovaram os tiros e chamaram os peritos. A cena foi assustadora e fez com que eu saísse da minha residência e estou a mais de uma semana na casa de amigos. Uma noite em uma casa, outra noite tenho que mudar de novo. Não estou tendo vida”, narra Robson.

Após o acontecido na sua residência, Robson procurou a Corregedoria da Polícia Militar e denunciou o soldado pelos crimes de agressão e invasão de residência.

O denunciante é casado, mora com sua esposa, Maristela Cristina Marques, 21, no bairro Jardim Alah e estuda o terceiro semestre de direito na Faculdade Unirondon em Cuiabá. Durante o dia Robson trabalha como mecânico. De acordo com os relatos do universitário, quando estava nos tempos de recesso da faculdade no final do ano, o soldado o abordou várias vezes.

“Ele nunca vinha sozinho, mas sempre quem o acompanhava nunca fazia nada. Uma vez ele me disse que estava me marcando, que quando eu saísse da quebrada ele ia me pegar. Chegou a dizer pra tomar cuidado por onde eu andava que ele ia me pegar no pulo”, relatou.

Em outra abordagem neste ano, o soldado Botelho queria que ele assumisse uma arma e uma porção de droga, (Na gíria da PM significa assumir o flagrante) e Robson se negou.

“Ele me parou na rua, minha sorte que nesse dia foi que tinha muita gente perto. Ele disse no meu ouvido que era pra eu assumir a droga e a arma. Eu gritei pra população saber que queria me jogar o flagrante, ele apenas virou as costas pro povo e entrou na viatura. Naquela vez eu me livrei”, Contou.

“Esse soldado acha que porque o bairro é de periferia, todos são marginais. Eu trabalho o dia todo e estudo a noite em Cuiabá. Eu não sei por que ele fez e faz isso comigo”, comentou o estudante.

“Todas as vezes eu levava muitos socos e pontapés, além de tapas vários tipos de agressão verbal. Ele me tratava de advogadozinho de meia tigela, que mesmo eu sendo estudante isso não comprovava que eu sou do bem. Na minha casa tem mais livro que comida. Eu nunca me envolvi com brigas e nem com drogas”, chorando informou o estudante.

Para provar que é inocente, o estudante está disposto a fazer exame toxicológico, o que irá ajudar a comprovar que ele jamais se envolveu com drogas ilícitas. “Eu topo fazer todo tipo de exame, jamais usei maconha ou outro tipo de droga. Faço qualquer coisa pra provar que eu sou inocente e jamais fiz alguma coisa pra esse PM ficar me tratando assim”, confirmou o estudante.

"Ultimamente eu estou faltando até aula por que não sei do que ele é capaz de fazer. Eu não posso andar no bairro e tenho que trocar de casa constantemente. O perito foi em minha casa recolheu as cápsulas e comprovou que por pouco ele não acerta minha esposa. Eu devo minha vida à Deus, por que se fosse por esse é que pago pra proteger a sociedade, eu estaria morto”, finalizou Robson.

Outro lado

Em contato com a Polícia Militar, o Olhar Direto foi informado que a denuncia já foi protocolada e foi encaminhada para o Batalhão em que ele é lotado. Após as apurações dos fatos uma sindicância será aberta e se for comprovado esse tipo de ato pelo militar a PM irá tomar as medidas cabíveis, podendo até retirar o soldado da corporação. O nome completo de Botelho não foi informado por conta dele ainda estar sendo investigado.
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