Os países membros da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Ameaçadas (Cites) se negaram nesta quinta-feira (7) a proibir o comércio mundial de ursos polares. Além de todos os participantes terem reconhecido que a espécie é vítima do aquecimento global, houve um intenso debate sobre a ameaça adicional que, para muitos, representa o comércio da pele, dos ossos e dentes do animal. Mas a proposta, que precisava da maioria de dois terços para aprovação, foi rejeitada com 42 votos contrários, 38 favoráveis e 46 abstenções, entre os 126 países participantes da votação. EUA, Canadá, Rússia, Groenlândia e Noruega compartilham uma população de 20 mil a 25 mil exemplares de ursos polares e desejavam a inscrição do animal no Anexo I da Cites, o que significaria uma proibição do comércio. Apesar disso, o maior carnívoro terrestre está inscrito no Anexo II, o que indica uma regulamentação rígida do comércio internacional, mas sem proibição. "O urso polar enfrenta um futuro sinistro, e o dia de hoje trouxe mais uma notícia ruim", lamentou Dan Ashe, diretor do Serviço Americano de Pesca e Vida Selvagem. A população da espécie pode sofrer uma perda de dois terços até 2050. Segundo analistas citados pelos representantes dos EUA, quase metade dos 800 ursos polares mortos a cada ano acabam alimentando o mercado internacional.
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