Com as fortes chuvas que estão caindo na capital desde a tarde de ontem (18), vários moradores estão ilhados e outros perderam tudo, como é o caso da dona Helena Monteiro da Silva, 69, moradora do bairro Cohab São Gonçalo. Ela vive no bairro há mais de 10 anos e disse ao Olhar Direto que foi a pior das chuvas que já presenciou. “Eu nem sei o que dizer. Quando começou a chover entrou água em todos os cômodos da casa. Parecia que a casa ia cair”, relata.

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Com os poucos pertences que conseguiu salvar para fora de casa, dona Helena chorou ao dizer que perdeu tudo. “Nunca imaginei que eu ia passar por isso. Demorei tanto para conseguir [o que tinha] e agora não tenho mais nada. Minha geladeira queimou. Minha cama, minha mesa e minhas cadeiras quebraram e outras estão podres. Cama, colchão, lençol roupas e armário também foram tudo destruído. Não sei o que eu fazer”, contou a aposentada. 

A água que invadiu a casa de dona Helena chegou a atingir mais de 1 metro de altura. Moradores das redondezas ajudaram a idosa a salvar alguns alimentos, mas a enxurrada foi muito forte e a casa ficou totalmente alagada.


Foto: Max Aguiar - OD

Por conta do acontecido, dona Helena está dormindo na casa da nora e pretende reconstruir sua moradia com ajuda de amigos e doações. “Eu nesse momento não tenho mais nada. Preciso de ajuda, qualquer tipo de ajuda”.

A casa de dona Helena fica no bairro São Gonçalo, mas além dessa região a chuva causou danos no Jardim Mossoró, Parque Atalaia, Residencial Coxipó e Getúlio Vargas.

No Parque Atalaia, moradoras mostraram estão indignados, principalmente com a prefeitura. “Eles nos mandam a conta do IPTU e dizem que nosso bairro tem rede de esgoto, mas o que presenciamos aqui quando chove é que não temos nada. Nossa casa enche de água, perdemos nossos móveis e ainda temos que pagar por algo que não temos. Nossa situação é desprezo”, conta indignada a moradora Marilda dos Santos com um talão do IPTU na mão.


Foto: Max Aguiar - OD

Além dela, que passou a manhã limpando a casa para retirar o barro que entrou por conta das chuvas de ontem, seu Moraci Dias estava com uma picareta na mão abrindo uma valeta na frente de sua casa para que a água corra.  “Tem que ser por nossa conta mesmo. O jeito é apelar para a picareta se não vamos ficar com água na porta de casa até não sei quando”, desabafou o pedreiro.

No bairro Jardim Mossoró uma árvore caiu em cima de uma caixa d'água nos fundos de uma casa e estava causando perigo aos moradores. O Corpo de Bombeiros usou serra elétrica e fez o corte da árvore. Os moradores do bairro também estão sem água e sem luz elétrica.

“Vamos ter que comprar água para cozinhar. Nós não temos nada. Além de perder alguns móveis estamos sofrendo com essas chuvas”, disse uma das moradoras que teve a casa invadida pelas águas.


Foto: Max Aguiar - OD

Segundo o Corpo de Bombeiros, aquela região onde as pessoas moram na Cohab São Gonçalo é uma área proibida, mesmo assim ainda teimam em permanecer no local. “Quando as chuvas começam as urgências surgem aqui”, disse um dos integrantes dos Bombeiros.

Ontem, nas primeiras horas do temporal o Centro Integrado de Operações Especiais (Ciosp) atendeu mais de 100 ligações de pessoas reclamando de alagamento, atropelamento e quedas de árvores. Ainda de acordo com o Ciosp, algumas casas foram danificadas pelas chuvas e famílias foram removidas para a quadra da escola Rubens de Mendonça, no bairro São Gonçalo, região do Coxipó.