O deputado João Malheiros (PR) apresentou na Assembléia Legislativa um projeto ousado na área de saúde. Trata-se do Teste de Reflexo Vermelho que vai possibilitar aos recém-nascidos a realização de exames no intuito de observar o reflexo avermelhado na pupila. Quando isto ocorre, significa que não há nada de errado com o bebê. Não existe nenhum obstáculo à luz que penetra no olho. No entanto, caso o reflexo for inferior ou abolido, isso pode significar que há presença de doenças oculares, como catarata, opacidades de córnea, retinoblastoma entre outras.

O teste é baseado no mesmo fenômeno que se observa quando se fotografa alguma pessoa, e a pupila fica vermelha. Entretanto, ao invés de se utilizar uma máquina fotográfica, se utiliza outro equipamento chamado oftalmoscópio direto. Este aparelho permite ao médico que realiza o exame observar um reflexo avermelhado na pupila.

“É um teste indolor, já que o médico examinador observa cada olho individualmente com o auxílio do oftalmoscópio direto há uma distância aproximada de 30-45 cm”, explica o deputado.

Pesquisa do Reflexo Vermelho, também chamada de Teste do Reflexo de Bruckner ou, mais popularmente, Teste do Olhinho, é um exame rápido e simples que deve ser realizado pelo pediatra ou oftalmologista, de preferência, nos primeiros dias de vida do bebê, ou antes, de sua alta.

“Apesar de fundamental para melhorar a qualidade visual da criança e, em alguns casos até evitar o desenvolvimento de doenças fatais, este teste não é realizado de forma obrigatória em todos os hospitais e maternidades do país, como acontece com o Teste do Pezinho. Nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro o Teste do Olhinho tornou-se obrigatório em todos os berçários municipais. Em Santa Catarina passou a ser obrigatório a partir de abril de 2005 (Lei Estadual 13345/2005)”, analisa Malheiros.

O Teste de Reflexo Vermelho pode detectar reflexos diferentes entre os olhos, ou presença de reflexo branco-amarelado visto através da pupila, chamado pelos oftalmologistas de leucocoria. Este reflexo diferente pode significar diferenças no poder refrativo dos olhos, ou seja, grau que pode levar à necessidade de óculos.

As mais importantes causas de leucocoria são a catarata congênita, o retinoblastoma (tumor na retina) a retinopatia da prematuridade e as infecções intra-oculares. O tratamento de todas estas patologias, quando feito antes do período crítico (primeiros três meses de vida) tem resultados muito melhores.