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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Violência obstétrica

Além das dores do parto, mulheres relatam que sofrem agressões físicas e verbais durante nascimento de filhos

Foto: Reprodução

Além das dores do parto, mulheres relatam que sofrem agressões físicas e verbais durante nascimento de filhos
As dores do parto sentidas na sala do hospital podem ser estenda com o tratamento, as vezes, ‘desumano’ que algumas mães sofrem durante o nascimento. Alguns procedimentos são realizados sem o consentimento das mães, ataques verbais são ditos por enfermeiros e até mesmo dos próprios médicos.  


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O termo utilizado para esse tipo de acontecimento é a violência obstétrica, que segundo pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo e pelo Serviço Social do Comércio (Sesc), Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Público e Privado, realizada em 2010, de cada quatro gestantes uma sofreu maus-tratos durante o parto.

Algumas dessas dores foram agrupadas em Videdocumentário popular, “Violência Obstétrica”, produzido a partir de depoimentos reais de mulheres que passaram por esse tipo de agressão. O vídeo foi gravado nas residências dessas mulheres a partir de webcam, celular e máquina fotográfica.

Um site também foi criado para mapear os dramas das mães que em meio a um momento de sensibilidade e dor que, ainda, precisa lidar com frases como, “na hora de fazer não dói”, ou pior, vêm seu direito de escolha cerceado.
Além das agressões verbais, ocorrem também ameaças, fazer uso de procedimento – como a episiotomia conhecida como ‘pique’ – sem o consentimento da mãe, cesarianas desnecessárias, proibição da presença de um acompanhante, dentre outros.

Mato Grosso tem sete registros de abusos sofridos por mães, sendo desses, três ocorridos em Cuiabá. Como descreveu uma das mães no site em uma postagem publicada em março deste ano.

“Cheguei ao hospital com 4 cm de dilatação. O médico plantonista mandou que chamasse minha GO. Eu já ali em trabalho de parto, tive que ouvir as piadinhas das enfermeiras dizendo que se eu gritava daquele jeito sem dilatação, eu não teria capacidade de ter um parto normal. Uma delas dizia: - Pode mandar pra faca!!! Eu só ouvia, não tinha condições alguma de responder”. Ainda de acordo com a mãe, depois de sua bolsa ter estourado não conseguiu mudar de maca.

“Com muita dor eu não conseguia trocar de maca, quando elas me pediram. Pois brutalmente uma delas me empurrou de uma maca a outra dizendo, vai menina, assim olha. Nas condições em que eu me encontrava, não conseguia nem mexer as minhas mãos. Mas eu só pensava em surrar aquela mulher. Meu marido voltou junto com a médica que estava chegando e quando ela se sentou já me disse que estava vendo a cabecinha da minha filha. Por que diabos então fui obrigada a receber o tal pique? Foram 8 pontos!”, indignou-se.

Em outro relato que consta do site é um registro de 2008, momento em que uma gestante em trabalho de parto foi submetida a uma cesariana desnecessária.

“Com 36 semanas e 5 dias, em uma consulta a médica disse que os batimentos cardíacos do Gustavo estavam acelerados, - o que o exame de cardíacos dizia o contrário – e o motivo era as duas circulares de cordão que apareceram na última ultra. E então, às 18:54h do dia 02/12/2008 o meu bebê foi arrancado de dentro de mim. Não senti amor ao vê-lo, estava dopada”, lamentou a mãe.
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