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Quarta-feira, 07 de agosto de 2024

Notícias | Informática & Tecnologia

Site dedicado a ataques pessoais causa polêmica na Austrália

Um site dedicado ao ciberbullying tem gerado polêmica na cidade australiana de Victoria, onde se tornou bastante popular entre os adolescentes. Criada há mais de um ano pelo web designer Andrew Pallant, a página incentiva internautas a expressarem sua fúria contra todos, de ex-namoradas a professores, passando por policiais e seus informantes.


O ciberbullying é um conjunto de práticas agressivas, intencionais e repetitivas que são adotadas por uma ou mais pessoas contra outras, utilizando-se para isso de meios eletrônicos, como internet e telefones celulares.

Muitas das vítimas são adolescentes que tiveram seus nomes, fotos e números de telefone publicados, acompanhados por convites para bombardear as meninas com ligações e mensagens de texto abusivas e com teor sexual.

Apesar de ter recebido várias denúncias de pais e vítimas, a polícia local afirma que nada pode fazer. "A polícia de Victoria não está autorizada a tomar qualquer ação contra este tipo de site, independentemente da localização do servidor", afirmou o inspetor John Manley, chefe da divisão de crimes cibernéticos da Polícia de Victoria.

Pallant afirma que o WhoZADog.com foi criado para "defender a liberdade de expressão", mas o que se vê são mais de 1,3 mil posts contendo acusações infundadas e por vezes de conteúdo vulgar, informou o jornal "Daily Telegraph".

Uma adolescente, que pediu para não ser identificada, disse que foi bombardeada com centenas de mensagens de texto e tem medo de sair de casa, desde que seus dados pessois foram divulgados no site.

Pallant, no entanto, segue desafiando as autoridades locais. "A polícia não tem acesso às nossas bases de dados ... nossas bases de dados estão seguras fora da Austrália", afirmou o criador do site, que é registrado nos Estados Unidos, acrescentando que ainda não foi procurado pela polícia.

Apesar de admitir que seu site é frequentemente usado para intimidação, Pallant nega que seja responsável por qualquer ataque pela internet. "Eu presto um serviço no qual as pessoas podem escrever o que elas querem", disse ele. "Se isso significa que alguém está intimidando alguém, aí sim, eu ofereço (uma avenida para) ciberbullying".

"O crime seria cometido pela pessoa que colocou o conteúdo, e não por quem administra o site", considerou o inspetor Manley. "Os crimes poderiam ser considerados perseguição criminal por difamação e, possivelmente, não há delito de ciberbullying. A vítima também tem a capacidade de procurar aconselhamento jurídico sobre o caso de partir para ação civil".

"Eu não sou responsável, a pessoa que escreveu que é responsável. Eu não ponho a caneta na mão de ninguém", disse Pallant.

Legislação

"Tenho visto adolescentes muito arredios porque tornam-se vítimas deste tipo de ciberbullying. Trata-se de um importante problema de saúde pública", alertou o psicólogo Michael Carr-Greg, espantado com a incapacidade da polícia de fechar o site. "Este é, de longe, o pior site que eu já vi".
Em seu editorial desta sexta-feira (19), o "Herald Sun" afirma que Pallant está desafiando as autoridades com o conteúdo "nojento" de seu site. "Se ele não pode ser tratado no âmbito das leis existentes, o premiê [Kevin Rudd] deve evoluir com velocidade relâmpago para passar uma nova legislação que vai lidar com o site".
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