Se o Grêmio apresentar em campo o entrosamento registrado por câmeras e microfones em solo chileno... pobre Huachipato. Chama a atenção o discurso afinado dos jogadores nas manifestações à imprensa. E vai além da fase protocolar. Eles assumem a responsabilidade e não se eximem das consequências que uma eventual eliminação na fase de grupos da Libertadores que podem assolar o grupo. Assim, todos entoam a expressão "o jogo da vida", na quinta, em Talcahuano.

Até quem não estará em campo utiliza o subterfúgio. Marco Antonio, com lesão muscular, acompanha a delegação para dar apoio aos colegas.

- O Grêmio vai jogar o jogo da vida. Nem o fato de atuarmos com o empate a favor nos deixa mais tranquilos. Decisão nunca é tranquilo - vaticina. - Vamos ter que jogar com certa inteligência, para não expor, não dar espaço para a equipe deles e usar a nossa qualidade.

Fernando também fala em "jogo da vida", pedindo compreensão à torcida nessa fase de decisão. Como apoio, lembra uma situação semelhante no ano - e superada com êxito:

- Não estamos jogando um futebol de encher os olhos, mas, classificando, é outra competição. Prefiro crescer dentro do campeonato. Já tivemos um jogo da vida, contra a LDU (pré-Libertadores). Agora, é outro.

Até Zé Roberto, impregnado de momentos importantes na Europa e em Copa do Mundo, usou a expressão e lembrou que o único assunto desde domingo, após 0 a 0 com o Novo Hamburgo, atende por um nome: Huachipato.

- A equipe se apresentou na segunda, com o vestiário todo falando, mobilizado, focado... Por isso, a viagem foi marcada para segunda-feira, para estarmos focados no país onde vamos jogar - defende.

Após um dia na capital chilena em que a maior descontração ficou por conta de uma série de futevôlei depois de um treino fechado, o Grêmio crava os pés na província de Concepción, na qual se insere Talcahuano, palco da partida de quinta, em que um empate dá a vaga - e a vida - ao time de Vanderlei Luxemburgo.