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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Australianos descobrem mecanismo de comunicação entre parasitas da malária

Cientistas do Walter and Eliza Hall Institute, na Austrália, descobriram que os parasitas da malária podem se comunicar uns com os outros.


A pesquisa sugere que o comportamento social visa garantir a sobrevivência do parasita e melhorar suas chances de ser transmitido a outros seres humanos.

A descoberta pode fornecer um nicho para o desenvolvimento de medicamentos contra a malária e vacinas que previnem ou tratam a doença, interrompendo essas redes de comunicação.

O estudo foi publicado na revista Cell.

A equipe de pesquisa, liderada por Alan Cowman, demonstrou que os parasitas da malária trabalham em conjunto para melhorar a 'ativação' em formas sexualmente maduras que podem ser captadas por mosquitos, que são os portadores da doença mortal.

"Quando eu vi os dados, eu fiquei absolutamente espantado, eu não podia acreditar. Nós repetimos os experimentos muitas vezes de muitas maneiras diferentes, antes que eu realmente começasse a acreditar que esses parasitas estavam sinalizando uns aos outros e se comunicando", observa Cowman.

De acordo com os pesquisadores, o parasita da malária precisa deste mecanismo para saber quantos outros parasitas estão no corpo humano e sentir quando é o momento certo para ativar as formas sexuais que lhe dão a melhor chance de serem transmitidos de volta para o mosquito.

A equipe mostrou que os parasitas da malária no interior das células vermelhas do sangue se comunicam enviando pacotes de DNA uns aos outros durante a fase de infecção do sangue. "Nós mostramos que os parasitas dentro dos glóbulos vermelhos podem enviar pequenos pacotes de informações de um parasita para outro, particularmente em resposta ao estresse", explica a pesquisadora Neta Regev-Rudzki.

A equipe acredita que a rede de comunicação é um comportamento social que evoluiu para sinalizar quando os parasitas devem completar o seu ciclo de vida e devem ser transmitidos de volta para um mosquito. "Uma vez que eles recebem esta informação, eles mudam o seu destino, o sinal diz ao parasita para se adquirir a forma sexual, que é forma do parasita da malária que pode viver e multiplicar no mosquito, garantindo que o parasita sobreviva e seja transmitido para outro ser humano", destaca Regev-Rudzki.

Os pesquisadores esperam que a descoberta pavimente o caminho para novos medicamentos antimaláricos ou vacinas para prevenção da doença. "Esta descoberta mudou radicalmente a nossa visão do parasita da malária e é um grande passo na compreensão de como o parasita sobrevive e é transmitido", conclui.

O próximo passo da equipe é identificar as moléculas envolvidas nesse processo de sinalização, e as formas que poderiam bloquear essas redes de comunicação para impedir a transmissão da malária do humano para o mosquito. Esse seria o objetivo final.
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