No Recife, primeira casa da Espanha no Brasil para a Copa das Confederações, dezenas de torcedores fizeram plantão na frente do hotel, em busca de algum contato, mínimo que fosse, com os campeões do mundo. No Rio de Janeiro, segunda 'moradia' da Fúria por aqui, aconteceu a mesma coisa, mas com menos gente. Em Fortaleza, terceiro lar da Roja em solo verde-amarelo, a idolatria atingiu seu pico. Se os jogadores quiserem paz, não será ali que encontrarão.

Pudera: a Espanha está hospedada no meio do fervo, na praia de Iracema, repleta de bares e quiosques. O movimento por ali é constante. A avenida Beira Mar já costuma ter muita gente circulando. E a presença de astros como Xavi e Iniesta chama a atenção.

A noite desta sexta-feira foi um exemplo do clima que os espanhóis terão. Centenas de torcedores se aglomeraram em duas entradas do hotel para esperar os jogadores. Parecia que eles entrariam por uma delas, com policiais, seguranças e grades afastando o público. Puro despiste. Eles acessaram o local de sua concentração no Ceará pela outra porta. Dezenas de policiais acompanhavam o movimento. Até uma ambulância estava ali estacionada.

Resultado: correria e gritaria. Quem estava em uma porta migrou para a outra – tudo para se espichar e tentar alguma foto dos jogadores, que passaram rapidamente rumo ao saguão. Alguns torcedores conseguiram uns poucos segundos de atenção dos ídolos. Foi o caso de Hélio Queiroz, de 16 anos, que saiu de Teresina e se deu bem: ganhou quatro autógrafos na camisa. Nada mais justo: ele estava desde as 10h no hotel. Quando conseguiu as assinaturas de Casillas, Pedro, Busquets e Mata, já eram quase 21h.

- Fiquei muito feliz. Sou muito fã mesmo do futebol espanhol. Tenho prova durante a semana, mas tentarei voltar aqui para a semifinal de quinta-feira – disse o torcedor, que viajou a Fortaleza para ver os jogos de Brasil e Espanha.
A curiosidade não ficou restrita ao hotel. No local onde treinou a Fúria nesta sexta, a Universidade de Fortaleza, torcedores também tentaram espiar os campeões do mundo. Em vão. A atividade não teve acesso liberado à torcida. Foi assim em toda a Copa das Confederações.

- Nem pagando tem como entrar? – apelou um menino. Os torcedores cearenses não devem ficar muito confiantes de ter contato com os jogadores da Espanha. No Recife, só Fernando Torres e Piqué saíram do hotel – e apenas para tirar fotos para reportagens de jornais espanhóis. No Rio de Janeiro, mesmo com uma praia quase particular no hotel onde estavam, eles seguiram confinados. Não parece ser em Fortaleza, onde a muvuca é maior, que eles mostrarão a cara.

O jeito é vê-los em campo. Neste domingo, às 16h, a Espanha enfrenta a Nigéria no Castelão. Como deve passar em primeiro lugar na chave, a Fúria voltará a atuar ali na semifinal, contra o segundo colocado da outra chave – Brasil ou Itália.