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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Cientistas, inspirados no Baiacu, querem que humanos tenham dentes infinitos

Você conhece o baiacu? Esse é um nome popular dado a aproximadamente 150 espécies de peixes que são capazes de inflar o corpo quando se sentem ameaçados ou irritados.




Eles podem pertencer a três famílias distintas: Triodontídeos, Tetraodontídeos e Diodontídeos. As espécies que pertencem à primeira família possuem uma placa (dente) inteiriça no maxilar superior e duas no inferior, aquelas pertencentes aos Tetraodontídeos possuem duas placas em cada um dos maxilares, já a terceira família tem como característica possuir duas placas inteiriças tanto no maxilar superior quanto no inferior.

A dentição dos baiacus é muito forte, resistente e útil, e se funde em um bico afiado no qual consegue alimentos que estão bem protegidos dentro de cascas, como os caracóis marítimos, caranguejos e vermes tubiformes, e podem até mesmo amputar os dedos de algum pescador ou curioso desatento.

E qual seria exatamente a relação do baiacu com os dentes humanos? Pode não fazer muito sentido para você, mas pesquisadores britânicos estão explorando várias maneiras de os seres humanos desenvolverem maneiras de melhorar seus dentes e torná-los tão resistentes quanto os de um baiacu, evitando assim as visitas periódicas aos dentistas.

Cientistas da Universidade de Sheffield disseram que não é aceitável que tenhamos uma oferta tão limitada de dentes, considerando que utilizamos os dentes a todo o momento e que precisamos que eles sejam mais fortes do que realmente são.

Sendo assim, os pesquisadores isolaram em laboratório as células responsáveis por criar uma fonte infinita de dentes durante toda a vida do baiacu. Além disso, eles vêm examinando as mandíbulas do baiacu, que ao longo de milhões de anos, evoluíram bicos especiais para quebrar cascas e mastigar alimentos crocantes.


Há uma teoria, que também está sendo investigada pela equipe, que supõe que os seres humanos acabarão desenvolvendo um bico para além dos dentes em nossa boca. Enquanto tal teoria não se confirma, os pesquisadores seguem procurando meios de fazer com que o ser humano possa cultivar uma fonte infinita de dentes.

O Dr. Gareth Fraser, que está liderando a pesquisa na Universidade de Sheffield, disse: “Estamos vivendo mais, e com dietas modernas, a oferta limitada de dentes humanos torna-se completamente inadequada à nossa realidade”.

Os cientistas acreditam que as células-tronco putativas, apelidadas de “células encantadas do dente”, vão ajudar a desbloquear e compreender o caminho que o organismo do peixe percorre para replicar seus dentes, e eventualmente, permitir que os seres humanos consigam fazer crescer os próprios dentes de maneira ilimitada.

“A compreensão de como cresce os nossos próprios dentes extras, como os dos peixes, pode ser o primeiro passo em direção a uma solução mais prática para o problema dental humano”.

Embora a ideia de odontologia celular em seres humanos possa parecer algo que tenha saído de um filme de ficção científica, o Dr. Fraser acredita que isso já será possível em 50 anos.

A pesquisa será apresentada em uma conferência internacional em Barcelona no final deste mês.

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