Renato Gaúcho tem estratégia clara para preparar seus times: define os 11 titulares, os coloca em campo e trabalha, trabalha e trabalha só com eles. Não há enfrentamento com equipe reserva. Jogos-treinos ou amistosos, só em último caso. Cabe até a brincadeira de batizar a atividade de ‘treino fantasma’. Algo aprendido com Valdir Espinosa, o técnico campeão do mundo com o então atacante, e visto pelo atual grupo como a chance de evolução do Grêmio.

Espinosa costumava preparar seus times dessa forma. Causou até estranheza na época, a década de 1980. O resultado, porém, fora incontestável: o Tricolor, por exemplo, com ajuda dessa filosofia, levantou as taças da Libertadores e do Mundial de 1983. E Renato teve ainda o contato com o antigo chefe como auxiliar em 2009, no Fluminense.

Mas qual o segredo? Desde 2010, ano da primeira passagem como treinador, Renato entende que a prática permite ensaiar movimentos, firmar posicionamento e criar formas de marcar e atacar. O enfrentamento com adversário priorizaria a busca pelo resultado embora, no momento do treino, o mais importante é preparar o time.

Tal tática é repetida à exaustão nos nove dias de gestão do comandante. Os trabalhos táticos são sempre assim: Renato separa os titulares e trabalha apenas com eles. O zagueiro Werley aprova:

- Já tive outras oportunidades de treinar desta maneira. Cada técnico tem a sua característica, mas Renato gosta. Semana passada foi assim. Vamos crescer muito. Ele gosta da parte tática. Todas as funções do time terão evolução. É mais fácil criar uma forma de atuar.

Resta esperar se o resultado será visto na prática. Depois da estreia com empate contra o Atlético-PR, o próximo adversário é Botafogo, domingo, na Arena. Em 2010, a tática deu certo. É esperar para ver três anos depois.