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Sábado, 03 de agosto de 2024

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Aécio pede que caso de racismo na Libertadores sirva como exemplo

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), comentou nesta quinta-feira a polêmica envolvendo Elicarlos, do Cruzeiro, que acusou Maxi López, do Grêmio, de tê-lo chamado de "macaco" na partida de ontem da Taça Libertadores, no Mineirão, vencida pelo time mineiro por 3 a 1.


Após o jogo, válido pelas semifinais do torneio, Elicarlos acionou a delegacia móvel no estádio e prestou queixa contra Maxi López, que negou a acusação. A polícia disse que um inquérito será instaurado para investigar se o caso configura racismo --crime inafiançável e imprescritível pela lei brasileira.

Aécio contou que foi ao Mineirão, mas saiu antes do fim da partida, e considerou o caso "lamentável". "Acho que alguma consequência tem que haver. Isso tem que servir como exemplo. Esse não é um país de branco, de negros, é um país de todos nós", disse o governador.

"Gostaria que esse processo tivesse consequências para que servisse de exemplo, para que outros não cometam esse crime. Não há outra palavra, é crime e precisa ser punido", completou.

Para Aécio, o caso não deve acirrar os ânimos para a partida de volta, na próxima quinta-feira, em Porto Alegre. "Essa questão é pontual. Aqueles que cometeram esse ato é que devem responder. Também não devemos generalizar e transformar isso em agressão do povo gaúcho", comentou.

Confusão

O caso gerou grande tumulto, com críticas entre jogadores e até voz de prisão contra o técnico gremista, Paulo Autuori. A medida acabou sendo revogada.

Dirigentes gremistas queriam que o atleta prestasse depoimento no hotel, por temer falta de segurança no estádio. Após negociação com a polícia, que durou mais de meia hora, todo o time foi para a delegacia acompanhar o colega. O depoimento começou após a 1h20.

Do Cruzeiro, foram à delegacia Elicarlos, o diretor de comunicação Guilherme Mendes e o supervisor Benecy Queiroz.

Aos delegados Daniel Barcellos e Roseli Baeta Neves, o argentino negou que tivesse a intenção de ofender o jogador cruzeirense.

"O jogador Maxi López alega que foi uma discussão normal de futebol e que, em momento algum, usou termo depreciativo, defendendo que não teria condições de se expressar tão bem em português para entender a ofensa", contou Barcellos.

"O Elicarlos alegou que foi ofendido verbalmente, sendo chamado por algo considerado uma injuria qualificada", explicou o delegado. "Ele registrou uma ocorrência e nós pedimos a presença do jogador do Grêmio, que teria sido responsável pela ofensa."

"O que temos nesse momento é a versão de um jogador contra a versão de outro. Por enquanto, não há indiciamento", explicou o delegado. "Elicarlos [manteve o depoimento em que] diz que foi chamado de macaco."
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