O governador Silval Barbosa (PMDB) considera “democrático e inerente à atividade legislativa” a formação de bloco parlamentar, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Ele não quis responder à polêmica criada pelos deputados estaduais do recém-criado Bloco Independente, que acusam o governo de fazer pouco caso às reivindicações dos parlamentares.

Proximidade do prazo eleitoral e ataques obrigam Silval mudar articulador e ampliar diálogo com AL

“O Legislativo é independente e eu respeito a decisão que tomarem. O Parlamento é isso: lugar de diálogo”, ensina Silval, com a experiência de quem foi prefeito e deputado estadual, além de primeiro secretário e presidente da Assembleia Legislativa. Foi na gestão Silval (2005-07) que a Assembleia construiu e se mudou para o Edifício Dante de Oliveira, deixando o antigo Palácio Filinto Müller, na Praça Moreira Cabral.

Ao lado do ator cuiabano Otaviano Costa, da Rede Globo, em cerimônia no Hospital do Câncer de Mato grosso, Silval disse que espera da Assembleia Legislativa a continuidade da relação harmoniosa que sempre teve. “O que pode prejudicar é o radicalismo. Mas isso não vai acontecer”, emenda ele.

Existe certa apreensão no Palácio Paiaguás de que o bloco deflagre a agenda pré-eleitoral, nos próximos dias, com ataques ao governo Silval. Na teoria, a solução é simples: os deputados exigem o cumprimento de acordos feitos com o governo, principalmente com relação à liberação as emendas parlamentares na Lei Orçamentária Anual (LOA).

Silval sabe que não terá vida fácil com o bloco Independente, formado pelos deputados estaduais Walter Rabello, Airton Português e José Domingos, todos do PSD; Dilmar Dal Bosco (DEM), Guilherme Maluf (PSDB), Luciane Bezerra (PSB), Zeca Viana (PDT) e Ademir Brunetto (PT), além de Ezequiel Fonseca e Antônio Azambuja, ambos Partido Progressista.

Entre os nomes de oposição, Guilherme Maluf, Luciane Bezerra e Zeca Viana estariam preparando uma seqüência de denúncias contra o governo.

Silval não demonstra interesse intenção em entrar na ‘linha de frente’ do combate e deixou a missão para o líder do Executivo na Assembleia, deputado Hermínio Jota Barreto (PR). “É questão interna da Assembleia [o embate com o bloco] e isso será feito pelo líder do governo. E pertencer ao bloco independente não quer dizer fazer oposição ao governo”, completa Barbosa.