O Brasil será citado no relatório que a Organização Mundial do Comércio (OMC) publica hoje sobre os países que adotaram medidas protecionistas nos últimos meses. O Itamaraty vem atacando nas entidades internacionais o comportamento dos Estados Unidos e de países da Europa por causa dos pacotes que distorcem os mercados e criam, na prática, barreiras às exportações nacionais. Mas, no relatório que será enviado a todos os governos e serve como monitoramento do protecionismo, a OMC deixa claro que as medidas que dificultam o comércio ou distorcem os mercados vão além dos dois pilares da economia mundial. Nos últimos meses, o Brasil adotou novas tarifas de importação para o aço com o objetivo principalmente de frear a entrada de produtos chineses.
Durante a Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra no mês passado, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, admitiu que o governo precisava proteger os trabalhadores do setor siderúrgico. Mas ele alertou que as barreiras teriam de ser “equilibradas” para não provocar reação dos chineses contra setores exportadores do Brasil.
Pascal Lamy, diretor da OMC, alerta para a “fermentação do protecionismo” no planeta, mesmo diante da promessa dos líderes do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), em abril, de que não adotariam novas barreiras. Mas a constatação é de que, diante da queda do comércio internacional e da pressão por soluções a determinadas indústrias, políticos estariam cedendo ao protecionismo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.