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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Números revelam que casos de hanseníase diminuíram na proporção de habitantes

Com a média anual de 200 casos novos de hanseníase e um crescimento populacional acelerado, Rondonópolis registra a redução da incidência da doença na proporção do número de habitantes. Mas com o índice de sete casos para cada dez mil habitantes, ainda se destaca como um dos lugares do Brasil e do mundo que mais apresenta casos de hanseníase confirmados e notificados.


O enfermeiro técnico do Programa de Combate à Hanseníase no Município, Lourenço Ribeiro da Cruz Neto, explica que os números locais refletem a boa qualidade do trabalho de busca de casos novos, desenvolvido pela equipe pioneira que tem como integrante o médico dermatologista Cássio Ghidella. As ações da equipe servem de referência no combate à doença no Estado e no país.

Lourenço Neto alerta que com esse índice, Rondonópolis é considerada uma região hiper-endêmica, em relação à hanseníase. De acordo com o técnico, o número aceitável pela Organização Mundial de Saúde – OMS para considerar a doença controlada numa cidade é de um caso para cada dez mil habitantes.

O enfermeiro conta que o Brasil é o primeiro em número de casos proporcionais à população. Mato Grosso se destacou em 2012 como o primeiro do país. Rondonópolis ficou entre as três principais cidades do Estado em número de casos da hanseníase no ano passado.

Descentralização

A qualidade do trabalho de busca de casos novos de hanseníase no município, na opinião do enfermeiro Lourenço Neto, melhorou ainda mais com a iniciativa da atual gestão de cumprir com a determinação do Ministério da Saúde de se fazer a descentralização das ações. Ele conta que a sugestão foi feita pelo Governo Federal há dez anos.

O prefeito Percival Muniz assumiu a responsabilidade de atender a determinação e descentralizar o programa. Agora as equipes médicas de todas as unidades de saúde têm a missão de fazer a busca de casos da doença, apresentar o diagnóstico, desenvolver o tratamento, dar alta ao paciente e garantir acompanhamento após a alta.

Para assegurar que todos os profissionais da Rede Básica de Saúde tenham condições de atuar no combate à hanseníase, a administração investiu no treinamento de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas. E para intensificar o trabalho e avançar no projeto de redução da doença na cidade, a equipe do programa realizou diversos mutirões de busca nas unidades de saúde, escolas, praças e associações de moradores. Lourenço Neto conta que o grupo cumpre com uma programação anual de ações neste sentido.

O resultado do trabalho de busca desenvolvido até agora, na opinião do enfermeiro, aponta para o crescimento do número de novos casos de hanseníase na cidade, em 2013. Estatísticas do DataSus revelam que foram confirmados 132 casos da doença na cidade, em 2012. Nos últimos 12 anos a média geral foi de cerca de 200 casos.

Ele explica que existem muitos casos ocultos, devido alguns fatores, como a falta de diagnóstico. A expectativa é conseguir melhorar a situação e reduzir a incidência da hanseníase em Rondonópolis em longo prazo. Criado em 1979, o Programa de Combate à Hanseníase do Município recebe ajuda da Associação Alemã de Assistência ao Hanseniano e ao Tuberculoso e serve de referência para Mato Grosso e o Brasil.
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