Durante sessão de hoje na Câmara de Rondonópolis, o vereador Mohamed Zaher (PR) apresentou vários questionamentos sobre a contratação da empresa Máxima Ambiental, de Cuiabá, pelo Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis (Sanear) para realizar a coleta de resíduos de saúde no município nos próximos seis meses.
Os questionamentos, segundo o vereador, foram feitos pela proprietária da empresa Centro-Oeste Ambiental, Maria Odete Rossignolo Franciscato, que também participou do processo de contratação e já atua na cidade e região há dois anos. Segundo ela, informou ao vereador, a contratação da empresa foi feita mediante licitação, no modelo carta convite, pelo qual a empresa contratante define quais empresas poderão participar do processo, sendo no mínimo quatro atuantes no mercado e que estejam em dia com toda a documentação, como impostos e licenças. Maria Odete disse ainda que o Sanear não forneceu todos os dados para todas as empresas concorrentes, como a quantidade de lixo a ser recolhida, a localização dos pontos de coleta e a periodicidade, para que pudessem formular o preço. Ainda acusou a diretora geral do Sanear, Terezinha Silva Souza, de ter ido a Cuiabá fazer uma visita à empresa contratada, na quarta-feira da semana passada, dois dias antes da abertura dos envelopes.
No entanto, Terezinha rebateu as informações repassadas pelo vereador. Ela falou ao
Olhar Direto que a contratação da Máxima Ambiental não se deu por processo licitatório. Ela explicou que o Ministério Público deu um prazo de 10 dias para a regularização da coleta de resíduos de saúde no município e, por este motivo, foi feita uma dispensa de licitação e um contrato emergencial para 180 dias. Ainda desmentiu que tenha ido a Cuiabá para visitar a empresa Máxima Ambiental. “Eu nunca fui a Cuiabá para isso, eu não conheço o escritório da Máxima Ambiental. O contato foi feito pelas próprias empresas que fazem o serviço”, disse a diretora.
Segundo o vereador Mohamed, Maria Odete ainda levantou questionamento sobre o preço do quilo de lixo coletado apresentado pela Máxima Ambiental. Segundo ela, a Máxima, que já pratica o valor de R$ 3,73/quilo para a coleta no Hospital Regional, foi contratada pelo Sanear com o valor de R$ 2,26/quilo, R$0,02 a menos que o preço apresentado pela sua empresa, a Centro-Oeste. Terezinha informou que acatou o menor preço e que todos os documentos da contratação estão no Sanear para quem quiser ver.
Maria Odete disse ainda que faz a coleta de resíduos de saúde em 87 pontos da cidade, entre farmácias, clínicas e laboratórios e que diante dessa situação fará a dispensa de seus 11 funcionários, argumentando que será impraticável manter os serviços da empresa em Rondonópolis.
O vereador Mohamed entregou à imprensa todos os questionamentos por escrito e disse que gostaria que a diretora do Sanear e a proprietária da Centro-Oeste fossem convocadas para explicarem os fatos na próxima sessão da Câmara. Também levantou a proposta de criar um CPI para averiguar as denúncias. O vereador Lourisvaldo Manoel de Oliveira, o Fulô (PMDB), líder do prefeito na Câmara Municipal, disse que vai buscar as informações referentes à denúncia junto ao Sanear. “Se o Mohamed tiver razão, concordo em fazer uma convocação para esclarecer esses fatos, mas antes precisamos apurar se é verdade ou não”, enfatizou o vereador.
